Ovos: O Brasil está preparado para para as novas tendências?
Um dos produtos mais populares e versáteis na alimentação do brasileiro, o ovo, foi pauta de análise sobre como avançar no setor de avicultura de postura olhando os desafios globais em palestra da pesquisadora do Cepea, Juliana Ferraz, durante a 4ª Conbrasul Ovos.
“A grande questão é como agregar produtos que são carros-chefe da nossa economia e avançar nisso? Precisamos ficar atentos às mudanças que acontecem no Brasil e no mundo”, pontua.

Juliana detalha quatro pontos importantes: demanda por produtos sustentáveis, bem-estar animal, avanços tecnológicos e geopolítica.
Uma das alternativas que têm se destacado é a inteligência artificial que, segundo a pesquisadora, é algo muito difícil que os avanços desta tecnologia sejam freados.
A respeito da demanda por produtos mais sustentáveis, a especialista detalha que os consumidores querem saber de onde vem os produtos que eles compram. “A gente não pode ficar alheio às demandas do consumidor. A Europa, por exemplo, tem tendências de importações que acabam criando regras para todos seus parceiros comerciais. Quebrar padrões é algo muito difícil, ainda mais quando é algo de risco. A lógica é inovar, pensar na distribuição”, afirmou.
Em relação à geopolítica, Juliana Ferraz fez um paralelo com o que o Brasil vivenciou em relação à Rússia em 2017 com a suspensão dos russos à importação da carne suína brasileira.
“No final de 2017, a Rússia, que por 16 anos foi a principal importadora de carne suína do Brasil, embargou as importações, alegando presença de ractopamina na carne suína brasileira. A gente sabe que a Rússia já vinha fazendo investimentos para ser auto suficiente na produção de carne suína, e quando atingiu seu objetivo, deixou de comprar os volumes que adquiria. O impacto só não foi maior porque em meados de 2018 explodiram os casos de Peste Suína Africana na China, que passou a importar grandes volumes para poder suprir as necessidades”, relembrou.
No mercado de ovos, o movimento é muito similar, explica a pesquisadora. As vendas são muito concentradas em alguns parceiros, e o que o Brasil mais exporta é o produto in natura, mas o que o mercado externo paga mais é o produto industrializado, justamente o que o país exporta em menor quantidade.
Apesar disso, Juliana pondera que é interessante, sim, acompanhar as exportações, mas a maior parte da produção de ovos fica no Brasil, âmbito para o qual o setor produtivo também precisa olhar com atenção. “Fazendo o recorte de que 44% dos Estados Brasileiros o rendimento per capita é menor que um salário mínimo. A questão que fica é ‘será que a população brasileira está apta a pagar valores maiores por um produto produzido de forma mais sustentável?’”, questiona,
Uma das estratégias do Brasil deveria ser a diversificação, na visão da pesquisadora. O país precisa se adaptar a um novo modelo geopolítico, uma vez que as mudanças já estão acontecendo. “Não dá para criar estratégias sem observar esse cenário. Temos que olhar para o passado, ver o que está acontecendo no presente e aí sim planejar o futuro”.
0 comentário

Frango: preços estáveis ou com quedas tímidas nesta segunda-feira (5)

Cotações no mercado de suínos nesta segunda-feira (5) em sustentação

Tyson Foods supera estimativas de lucro com forte demanda por carne de frango

Conbrasul Ovos 2025 anuncia pacote de benefícios inédito para participantes Membro Conbrasul Premium (MCP)

Mercado do frango fecha esta sexta-feira (2) em campo misto

Suínos: cotações fecham esta sexta-feira (2) praticamente estáveis