Ano positivo no café pode chegar, mas produtor não pode descuidar da fotossíntese para garantir produtividade em anos de baixa
Os últimos anos foram de desafios para o produtor de café no Brasil. Apesar de o mercado já ter "digerido" as informações e precificado as baixas dos últimos dois ciclos, as dúvidas climáticas e a potência da safra brasileira, mesmo que para os próximos anos, ainda levantam muitas dúvidas no mercado global.
Com o objetivo de debater os desafios para os próximos ciclos, a ICL promoveu nos últimos dois dias mais uma edição do NutriExperts, evento voltado a consultores agronômicos da América do Sul. Para falar sobre cafeicultura, o evento contou com a participação do professor José Donizeti Alves, da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e abordou a necessidade de aumentar a eficiência fotossintética do cafeeiro.
"As perdas existem porque os fenômenos climáticos estão cada vez mais presentes nas lavouras, seja chuva, granizo, frio ou geada. Maior desafio é alcançar a maior produtividade possível, mesmo sob condições ambientais extremamente desfavoráveis", disse o professor.
Outro ponto que chama atenção é que nos últimos anos a "bienalidade" na produção de café praticamente foi "deixada de lado" nas principais áreas de produção. O último ano de safra cheia para o Brasil foi em 2020, com recordes em produção e qualidade. Com as condições atuais do parque cafeeiro, existe a possibilidade de uma boa produtividade no ano que vem e com isso a quebra da "quadrienalidade", conforme explicou o professor durante sua apresentação.
"As condições atuais mostram que no ano que vem o Brasil terá as mesmas condições de 2020, esperamos que a bienalidade volte porque apenas a cada quatro anos fica realmente muito difícil", disse.
Até lá, mesmo que as condições climáticas sejam favoráveis, ele ressalta que é preciso que o produtor não deixe de fazer os tratos necessários para garantir a boa produtividade. Entre os pontos de desafio para o produtor destacou a necessidade de melhorar a eficiência fotossintética do parque cafeeiro.
Segundo ele, existem algumas limitações na fotossíntese do parque cafeeiro e comparado com outras culturas o potencial do café o nível é muito mais baixo. "Não basta fazer fotossíntese é preciso que os carboidratos cheguem na raiz, folha, caule e no fruto", comenta.
O grande pronto, de acordo com Donizete, é que o produtor nos anos de bienalidade positiva acaba descuidando da fotossíntese, achando não ser necessário. "O produtor precisa ficar atento e cuidar também nestes anos. Se mexer na fotossíntese no ano positivo, você garante a produtividade no negativo, é importante garantir a eficiência em todos os períodos", complementa.
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