China avalia próxima missão por paz na Ucrânia após primeira ter pouco progresso

Publicado em 02/06/2023 09:39 e atualizado em 02/06/2023 10:27

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Por Laurie Chen

PEQUIM (Reuters) - O enviado chinês que visitou capitais europeias no mês passado em busca de promover negociações de paz na Ucrânia disse nesta sexta-feira que Pequim está considerando outra missão, depois de reconhecer que sua viagem pode não produzir resultados imediatos.

Em entrevista coletiva, Li Hui rejeitou uma reportagem dizendo que ele promoveu um cessar-fogo que deixaria sua aliada Rússia ocupando partes da Ucrânia e disse que Pequim fará "qualquer coisa" para aliviar as tensões.

No entanto, existem grandes obstáculos para encontrar um terreno comum entre os lados em guerra, acrescentou.

"Sentimos que há uma grande lacuna entre as posições de ambos os lados... Conseguir que todos os lados negociem agora ainda enfrentaria muitas dificuldades", disse Li, enviado especial da China para assuntos da Eurásia e ex-embaixador de longa data em Moscou.

"A China está disposta a considerar ativamente o envio de outra delegação a países relevantes para dialogar sobre a resolução da crise na Ucrânia", declarou Li, sem dar detalhes sobre quais países.

Em maio, Li completou uma viagem de 12 dias a Kiev, Varsóvia, Paris, Berlim, Bruxelas e Moscou, no que a China disse ser uma tentativa de encontrar um terreno comum para um eventual acordo político.

"O risco de escalada da guerra Rússia-Ucrânia ainda é alto", afirmou Li, acrescentando que todos os lados precisam tomar medidas concretas para "esfriar a situação" e garantir a segurança das instalações nucleares.

"Desde que seja para aliviar a situação, a China está disposta a fazer qualquer coisa", disse ele.

Os Estados Unidos e vários países europeus têm apelado a Pequim para usar sua influência sobre a Rússia para buscar o fim da crise, embora a recusa de Pequim em condenar Moscou pela invasão tenha levantado suspeitas sobre seus motivos.

Li, embaixador da China em Moscou de 2009 a 2019, disse que a Rússia apreciou o desejo e os esforços da China para promover uma solução pacífica para a crise.

No início deste ano, a China publicou um plano de paz de 12 pontos, pedindo que a proteção dos civis e a soberania de todos os países sejam respeitadas.

Autoridades francesas e alemãs com conhecimento das reuniões de Li na Europa disseram que ele se manteve fiel a esses pontos de discussão e buscou enfatizar o papel dos Estados Unidos na escalada da crise ao fornecer armas à Ucrânia.

"Não houve plano de paz. Foi mais uma sessão de fazer uma mesa redonda de cada uma das nossas posições", disse a autoridade francesa, pedindo anonimato.

"Acho que não esperamos que a China seja uma mediadora, mas ela pode usar sua influência sobre a Rússia e pode ajudar a fazê-la entender."

(Reportagem de Laurie Chen, Liz Lee e Ethan Wang em Pequim; Reportagem adicional de John Irish em Paris e Alexander Ratz em Berlim)

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Fonte:
Reuters

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