Soja segue operando do lado negativo da tabela, mas intensifica suas perdas em Chicago nesta 3ª
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago seguem trabalhando no vermelho, porém, intensificam agressivamente suas baixas no início da tarde desta terça-feira (23). Perto de 13h20 (horário de Brasília), as cotações recuavam entre 11,50 e 22,50 pontos, com as baixas mais intensas nos contratos mais próximos. Assim, o julho tinha US$ 13,18, o novembro US$ 11,85 e o setembro voltava a perder os US$ 12,00, atuando com 11,96.
O mercado futuro norte-americano da oleaginosa segue refletindo o bom ritmo do plantio da safra 2023/24. Os trabalhos de campo estão concluídos em 66% da área, de acordo com os últimos númerosp aresentados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), e o índice segue acima do mesmo período do ano passado e superando também a média dos últimos cinco anos.
Embora a semeadura esteja caminhando muito bem e deverá se concluir de forma bastante positiva, a grande pergunta que o mercado se faz agora é sobre o que o cenário climático reserva aos campos do Corn Belt daqui pra frente. Os mapas atualizados apontam para as próximas semanas de temperaturas acima e chuvas abaixo da média, o que poderia não favorecer o desenvolvimento das lavouras tanto de soja, quanto de milho.
"O clima seco a frente é preocupante a frente sim, o pregão de ontem (quando o mercado subiu fortemente em Chicago) foi evidência disso. Temos dois anos similares a este, que começaram assim para a negociação em Chicago. Um deles é 2012, quando entrando no ano os estoques estavam apertados, teve estiagem, perda histórica de produtividade e patamares de preços excepcionalmente altos. Em 2013, os estoques ainda estavam apertados, mas o mercado operou em queda, praticamente, durante o ano todo. Então, que este será um ano marcante, não tenho dúvida. Mas, será que vai continuar deslizando este preço nos próximos seis a 18 meses ou teremos algum tropeço no cultivo americano?", explica o consultor de mercado da Roach Ag Marketing, Aaron Edwards em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Acompanhe a íntegra:
Edwards acredita que extremos não deverão ser registrados, ao menos com o que se sabe até este momento e, portanto, não deverão dar espaço para grandes disparada dos preços. E as janelas de oportunidades que se apresentarem, têm de ser aproveitadas.
Assim, o mercado nesta terça-feira devolve as altas observadas na sessão anterior, mesmo ainda de olho nas condições que começam a trazer alguma preocupação para o desenvolvimento dos campos americanos nos próximos 10 a 15 dias. A porção mais a leste do Corn Belt, que contempla estados importantes de produção de grãos nos Estados Unidos - como Iowa, Illinois, Indiana, Ohio, Wisconsin e Missouri, por exemplo - que já nos próximos 5 dias deverá registrar um período de pouca ou nenhuma chuva, como mostra o mapa abaixo.
Ainda sim, segue o foco no rápido plantio e, dessa forma, o risco mais limitado de perdas na safra americana 2023/24. "Um plantio antecipado reduz o risco de quebra nos EUA e o mercado vem precificando isso nas últimas semanas, uma safra boa nos EUA. Isso ainda pode mudar, estamos entrando ainda no período mais crítico para definição de produtividade nos EUA, os meses de junho e julho", informa a equipe da Agrinvest Commodities.
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