Autoridades "linha dura" do Fed argumentam contra pausa em altas de juros

Publicado em 18/05/2023 16:34 e atualizado em 18/05/2023 17:06

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(Reuters) - A inflação nos Estados Unidos não parece estar esfriando rápido o suficiente para permitir que o Federal Reserve faça uma pausa na campanha de alta de juros que começou há mais de um ano, disseram duas autoridades do Fed nesta quinta-feira.

Os comentários da presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, e do Fed de St. Louis, James Bullard, parecem representar uma visão minoritária mais dura contra a inflação no banco central norte-americano, mas que ganhou terreno semanas antes da próxima reunião do Fed, em 13 e 14 de junho.

Nesta quinta-feira, os mercados futuros de taxas refletiam uma chance em três de um aumento das taxas em junho, em comparação com uma chance em dez observada há uma semana. Começando em março de 2022, o Fed já elevou os custos dos empréstimos de quase zero para a faixa de 5%-5,25%.

O diretor do Fed e candidato a vice-chair, Philip Jefferson, também nesta quinta-feira, disse que, embora o avanço da inflação esteja em desaceleração, ainda é muito cedo para que o impacto total desses rápidos aumentos na taxa básica tenha sido totalmente sentido.

É uma visão que o chair do Fed, Jerome Powell, também esboçou como uma razão para potencialmente fazer uma pausa nos aumentos de juros no próximo mês, enquanto formuladores de política monetária avaliam esses efeitos defasados. Ele e outros também destacaram o potencial do recente estresse bancário para desacelerar ainda mais a economia, o que apertaria as condições de crédito e os empréstimos.

O Powell deve falar publicamente na sexta-feira, e a expectativa é que atualize essas visões à luz dos dados econômicos mistos divulgados desde que o Fed se reuniu pela última vez, no início de maio.

A inflação dos preços ao consumidor, por exemplo, caiu para um ritmo anual de 4,9% em abril, mas ainda está muito acima da meta de 2% do Fed. As contratações diminuíram, mas o desemprego em 3,4% é o menor desde 1969.

Enquanto isso, o estresse bancário parece ter se concentrado em alguns bancos regionais e não afeta amplamente as instituições financeiras em nada parecido com a intensidade imediatamente após as saídas de depósitos que levaram ao colapso do Silicon Valley Bank e do Signature Bank em março.

PAUSAR?

Jefferson não apresentou um argumento explícito sobre o que o Fed deveria fazer em junho. No entanto, sua receptividade à ideia de que uma boa parte do aperto monetário já promovido ainda não foi sentido sugere que ele pode se sentir confortável com uma pausa nos ajustes da taxa básica.

Ao Financial Times, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, reafirmou seu apoio a elevar mais os juros, como uma política de "seguro" contra a inflação. Ele disse que irá para a próxima reunião de política monetária com a "mente aberta", mas sugeriu estar inclinado a defender outra alta da taxa após dez aumentos sucessivos desde o ano passado.

(Por Ann Saphir e Howard Schneider)

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Fonte:
Reuters

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