Argentina busca apoio dos EUA e Brasil para pagar FMI mais rápido, dizem fontes governamentais
Por Bernardo Caram e Nicolás Misculin
BRASÍLIA/BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina busca uma nova flexibilização das metas em seu acordo de 44 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e pagamentos mais rápidos, e pressiona para que importantes membros do FMI, Estados Unidos e Brasil, deem seu apoio, disseram autoridades do governo.
A expectativa é de que o país retorne às negociações com o FMI nesta quinta-feira sobre a alteração do acordo, que está sob tensão em meio a uma seca histórica que afetou os principais cultivos comerciais do país, soja e milho, disse uma autoridade de alto escalão do Ministério da Economia do país.
Três fontes do governo, que incluem a autoridade do Ministério da Economia, confirmaram que o país busca acelerar os desembolsos, com cerca de 10,64 bilhões de dólares em fundos programados para serem entregues entre junho e dezembro deste ano.
As negociações, depois que o FMI já afrouxou as metas do programa no início de abril, acontecem quando as reservas internacionais da Argentina atingem o nível mais baixo em sete anos conforme a seca pressiona para baixo as exportações de grãos, a principal fonte de dólares.
Isso ameaça a capacidade do país de cumprir futuras obrigações de dívida e fazer pagamentos no comércio. Também aumentou a pressão sobre a Argentina e o Fundo para reformular o programa de dívida, o maior estendido a qualquer país do mundo.
A autoridade ministerial disse que o apoio dos Estados Unidos e do Brasil era fundamental para as negociações com o FMI e estava otimista sobre isso, dado o apoio mais amplo dos países à economia argentina.
Um porta-voz do FMI disse que o Fundo trabalha "em estreita colaboração" com as autoridades argentinas para fortalecer o programa diante do impacto da forte seca.
"As discussões no contexto da próxima revisão estão em andamento e continuam de maneira construtiva", afirmou o porta-voz.
O apoio dos EUA é importante porque é o maior acionista do FMI. O Brasil, por sua vez, é o principal parceiro comercial da Argentina. A Argentina precisaria chegar a um acordo técnico com a equipe do FMI antes que qualquer acordo vá para aprovação do conselho.
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