Dólar ronda estabilidade frente ao real após decisões de política monetária
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar alternava estabilidade e leve queda em relação ao real na manhã desta quinta-feira, depois que as decisões de política monetária da véspera do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil não alteraram um cenário de diferencial de juros favorável à divisa doméstica.
Às 9:56 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,02%, a 4,9918 reais na venda.
Na B3, às 9:56 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,04%, a 5,0190 reais.
"Fed e Copom ontem confirmaram a tendência de dólar fraco no mundo", disse à Reuters Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV, referindo-se ao cenário de um diferencial de juros entre EUA e outras economias menos favorável à moeda norte-americana.
Na véspera, o Federal Reserve elevou sua taxa de juros em 0,25 ponto percentual e sinalizou que deve pausar os aumentos, dando tempo às autoridades para avaliar as consequências das recentes falências de bancos, aguardar a resolução de um impasse político sobre o teto da dívida dos Estados Unidos e monitorar o curso da inflação.
Já o Banco Central decidiu na quarta-feira manter a Selic em 13,75% ao ano, sem sinalizar um possível corte futuro da taxa básica como tem sido cobrado pelo governo Lula, e reiterou que não hesitará em retomar o ciclo de aperto monetário se necessário, apesar de ponderar que um cenário de novos aumentos nos juros agora é “menos provável”.
"Não houve grande mudança na mensagem; ela apenas foi melhor explicada, então é natural que o mercado não veja motivos para ter uma reação muito forte" ao comunicado do Copom, disse Padovani. "O que realmente dá suporte para o real são os juros elevados, e isso não mudou."
O nível alto da Selic torna o real atraente para uso em estratégias de "carry trade", em que investidores tomam dinheiro emprestado num país de juros baixos e aplicam esses recursos num mercado mais rentável, de forma a lucrar com o diferencial de taxas.
No entanto, alertou Padovani, "tem que lembrar que há outros dois fatores que afetam (negativamente) o real: a queda nos preços globais de commodities e o aumento do risco com a desaceleração econômica em curso; é uma história para os próximos meses".
Investidores têm mostrado preocupação ainda com o cenário fiscal doméstico, em meio a dúvidas sobre a viabilidade do novo arcabouço para as contas públicas proposto pelo governo.
Na véspera, a moeda norte-americana caiu 1,06%, a 4,9926 reais na venda.
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