Ipem-SP inaugura Laboratório de Umidade de Grãos
O Ipem-SP (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo), autarquia do Governo do Estado vinculada à Secretaria da Justiça e Cidadania, e órgão delegado do Inmetro, que tem como objetivo a proteção para o consumo, vai inaugurar o Laboratório de Medição de Umidade de Grãos, com a presença do secretário da Justiça, Fábio Prieto, nesta segunda-feira, 24 de abril, às 11 horas, na zona sul da capital.
Com o laboratório, o Ipem-SP passará a realizar as verificações metrológicas dos medidores de umidade de grãos, para que operem dentro de faixas de erros permitidas pela regulamentação metrológica vigente. Todos os medidores utilizados para definição da quantidade de umidade contida nos grãos comercializados, irá trazer segurança para o mercado. Trata-se de uma ação em apoio direto ao setor do agronegócio e em defesa das relações comerciais.
A umidade é um dos principais fatores na formação de preço da soja, do milho, do café, do trigo, entre outros grãos, pois, impacta diretamente no peso do produto e, por isso, sempre foi um ponto polêmico nas relações comerciais entre produtores, comercializadores e cooperativas que trabalhavam com medidores universais, sem aprovação de modelo e sem regulamento técnico-metrológico do Inmetro. Impasses em relação às medições divergentes entre as partes, erros apresentados pelos instrumentos e até divergências causadas por má-fé eram frequentes na comercialização desses produtos no passado recente. Em geral, cada ponto de umidade acima de 14% implica em um desconto para o produtor no valor devido pela saca. Sem o controle do instrumento, não havia como o produtor contestar a medição efetuada pelo comprador.
A portaria do Inmetro nº 402/2013 estabeleceu o regulamento técnico metrológico (RTM) para os medidores de umidade de grãos. A portaria, que passou a vigorar em 2017, proibiu a utilização de instrumentos sem modelo aprovado pelo Instituto e determinou a obrigatoriedade das verificações inicial e periódica dos instrumentos em uso, que são realizadas pelos institutos de pesos e medidas do país. Em consequência, os instrumentos de medição passaram a ser controlados, impedindo que os produtores fossem penalizados pela umidade medida indevidamente. Há um desconto no valor a ser pago por saca em função da umidade do grão.
Impacto
Só de soja, São Paulo produz cerca de 4 milhões de toneladas. Estima-se que a aplicação da regulamentação dos medidores reduziu os erros nas medidas de umidade em cerca de 1,5%. Considerando o preço da saca de 60 kg de soja, o controle metrológico dos instrumentos de medição trará um impacto na economia paulista para os produtores de cerca de R$ 170 milhões por ano, apenas na safra de soja.
0 comentário
Anec reduz projeções de exportações de soja e milho do Brasil em novembro
Acordo comercial entre Brasil e China pode impulsionar a produção de gergelim no Brasil
Ibrafe: Adidos agrícolas fazem a diferença no Feijão
Ibrafe: Feijão-carioca segue indicando melhora
Agricultores indianos mudam de colza para outras culturas à medida que as temperaturas sobem
Feijão/Cepea: Clima favorece colheita