EUA compram soja brasileira após queda de preço, mostram dados de agência marítima
Uma queda nos preços da soja brasileira aumentou a atratividade da oleaginosa nacional, com pelo menos dois navios transportando um total de 79.150 toneladas do produto para os Estados Unidos nos próximos dias, de acordo com os dados de uma agência marítima.
O CS Satira, afretado pela The Andersons, deve zarpar no dia 30 de abril levando 33.000 toneladas de soja brasileira do porto de Santarém para os EUA, mostraram dados da Cargonave na quinta-feira.
Uma carga maior, de 46.150 toneladas, tem a Bunge como afretadora e será embarcada do porto de Itacoatiara em 25 de abril, segundo os dados.
Representantes da Bunge e The Andersons não responderam aos pedidos de comentários.
A venda de soja brasileira para os EUA, após a confirmação de que o País sul-americano vai colher uma safra recorde, pode reduzir os preços pagos aos agricultores norte-americanos por soja que eles armazenaram no outono do hemisfério norte.
Mais remessas são esperadas nos próximos meses devido ao diferencial de preços entre os suprimentos dos EUA e do Brasil, disse Michael Cordonnier, presidente da consultoria Soybean and Corn Adviser.
"O desconto é de 2 dólares por bushel saindo do Brasil", disse Cordonnier. "Dizem que dá para pagar os custos de transporte. Os portos estão trabalhando o mais rápido possível."
Melhorias recentes nos portos do chamado Arco Norte brasileiro também ajudaram a facilitar os embarques da oleaginosa daqui para os EUA.
O Brasil, maior produtor e exportador de soja do mundo, também deve vender volumes maciços do produto para a Argentina em 2023, ajudando a compensar um déficit no fornecimento de seu vizinho devido a uma forte seca.
Pelo menos 15 navios afretados por comerciantes globais de grãos já saíram ou partirão de diferentes portos brasileiros transportando um total de 475.689 toneladas de soja brasileira para a Argentina, mostraram dados da Cargonave.
Os prêmios portuários da soja brasileira caíram para mínimas históricas, reflexo da menor demanda chinesa e de uma safra gigante de soja, acima de 153 milhões de toneladas, que os agricultores já quase terminaram de colher.
(Reportagem adicional de Mark Weinraub em Chicago)
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