Campo mantém guarda levantada enquanto Stédile anuncia novas invasões do MST pelo BR e Incra é invadido em Alagoas

Publicado em 10/04/2023 16:02

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 A "Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária" foi iniciada pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) em um anúncio feito por João Pedro Stédile, um de seus principais líderes, nesta segunda-feira (10). Segundo Stédile, invasões por todo o Brasil serão realizadas neste mês, que é conhecido como "Abril Vermelho" no histórico e tradição do movimento. 

“Nesse mês de abril, nosso movimento fará muitas manifestações em defesa da reforma agrária. Haverá mobilizações em todos os estados, em todos os estados, sejam marchas, vigílias, ocupações de terras, as mil e uma formas de pressionar que a lei, que a Constituição seja aplicada, e que latifúndios improdutivos sejam desapropriados e entregues a famílias acampadas", disse. 

Ainda de acordo com o MST, o lema deste 'Abril Vermelho' será "Contra a fome e a escravidão: por terra, democracia e meio ambiente". Já na semana passada, porém, a Frente Parlamentar da Agropecuária já havia lançado a "Semana contra as invasões de terra" em uma busca por proteção e prevenção contra atos como os anunciados por Stédile e pelo movimento. 

O deputado federal Pedro Lupion (PP-RS), presidente da FPA, em entrevista ao Notícias Agrícolas falou sobre o assunto e classificou as ações como político e nitidamente distanciado de qualquer tentativa efetiva e eficiente de reforma agrária. 

Reveja a íntegra da entrevista:

Ao Antagonista, Lupion reforçou as informações e lembrou que os últimos atos do MST configuraram a maior onda de invasões no Brasil em 15 anos, inclusive em propriedades produtivas - como foi o caso das fazendas da Suzano na Bahia - além das operações na região do Pontal do Paranapanema, que culminaram com a prisão de dois ex-líderes do movimento, entre eles, José Rainha. 

Em ambas as entrevistas, o deputado ainda destacou os imensuráveis prejuízos que a produção de alimentos, fibras e energias em que podem resultar estas invasões. "Uma propriedade invadida se torna, automaticamente, improdutiva", diz. Além disso, falou ainda sobre as expectativas crescentes para a instalação e abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que irá investigar as invasões do MST. 

Nesta segunda-feira, representantes do Movimento Sem Terra invadiram a superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização) em Maceió, no estado do Alagoas, exigindo a exoneração de César Lira, superintendente da instituição. 

MST - Invasão Incra Alagoas - Abril 2023
Foto: MST/Divulgação

Abaixo, veja a íntegra da nota do MST sobre a invasão:

Organizações exigem a exoneração de César Lira

Nós, movimentos e organizações que lutam por reforma agrária no Estado de Alagoas, voltamos a ocupar o cenário político com a montagem do acampamento Mestre Sávio Almeida, na Praça Sinimbu, em Maceió. Faz-se necessário esclarecer que o acampamento ocorre diante do silêncio do atual governo ante os nossos posicionamentos. Desde janeiro buscamos junto ao deputado Paulo Fernandes (PT) e ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, a nomeação do servidor do Incra SR22-AL, José Ubiratan Resende Santana, como o novo superintendente do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas.

A primeira manifestação pública ocorreu em 26 de janeiro de 2023, quando enviamos nota ao Diretório do PT em Alagoas e ao deputado federal Paulo Fernandes (PT), solicitando a exoneração imediata e necessária do “bolsonarista raiz” César Lira da superintendência do Incra-AL e a indicação de José Ubiratan Rezende Santana para ocupar a superintendência do órgão federal em Alagoas. Correspondência com o mesmo teor foi enviada em 2 de fevereiro de 2023, ao ministro Paulo Teixeira.

Diante da morosidade do governo Lula referente ao ato político-administrativo de exoneração e nomeação, em 29 de março manifestamos, mais uma vez, por meio de nota pública, a urgência de encaminhar a mudança no comando do Incra-AL.

É inaceitável a continuidade de uma gestão bolsonarista. Por que o governo Lula mantém por tanto tempo (mais de cem dias de governo) um superintendente inimigo da Reforma Agrária e com um histórico de violência junto a lideranças e comunidades?

Ocupamos e exigimos que o ministro Paulo Teixeira tome as medidas administrativas, retome a pauta da Reforma Agrária, assuma a melhoria das estruturas das áreas reformadas e apoie a produção de alimentos sadios. O Incra é um órgão público estratégico e deve ser um mecanismo na colaboração para retirar o país do mapa da fome.

Maceió, 10 de abril de 2023

Comissão Pastoral da Terra – CPT
Frente Nacional de Luta – FNL
Movimento de Libertação dos Sem Terra – MLST
Movimento de Luta pela Terra – MLT
Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra – MST
Movimento Terra, Trabalho e Liberdade – MTL
Movimento Terra Livre – TL

Também na última semana, a advogada especialista em agronegócio, Ticiane Figueiredo, em participação no Conversa de Cerca Podcast falou sobre as recentes invasões e foi taxativa: "invasão de terra não é reforma agrária". Veja o episódio completo e a importância dos direitos constitucionais à propriedade privada e à reforma agrária, porém, acontecendo dentro da lei. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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