Equipes volantes da Seapi se revezam na vigilância ativa para influenza aviária
O zumbido do drone, semelhante a uma grande abelha, rompe a calmaria no Parque Nacional da Lagoa do Peixe, unidade de conservação localizada nos municípios de Tavares e Mostardas e administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Pilotado pelo fiscal estadual agropecuário Pablo Fagundes Ataide, o aparelho está auxiliando na observação de aves migratórias, que costumam fazer uma parada no local antes de prosseguir viagem rumo ao Norte.
Pablo e seus colegas, Renata Marques e Guilherme Leite Dumer, compõem uma das 32 equipes volantes de fiscais da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), que vêm trabalhando em regime de escala semanal desde que casos de influenza aviária foram registrados na América do Sul. As equipes, que vão se revezando, estão atuando em oito regiões do Estado: nas áreas de fronteira com Argentina e Uruguai, sítios de aves migratórias e grandes lagoas. Pablo, Renata e Guilherme estiveram de 20 a 27 de março monitorando a Lagoa do Peixe e a Lagoa dos Patos.
A Lagoa do Peixe é refúgio para centenas de espécies de aves migratórias
O trabalho consiste em vigilância observacional em locais com coleções de águas, como lagos, lagoas, barragens, lavouras de arroz e açudes, que servem como ponto de parada de aves de vida livre. Os fiscais têm utilizado drones e binóculos para fazer estas observações. “O objetivo é a detecção precoce de qualquer suspeita, em caso de eventual ingresso da influenza aviária”, explica a fiscal estadual agropecuária Ananda Paula Kowalski, do Programa Estadual de Sanidade Avícola.
As equipes também estão conversando com produtores, moradores, comerciantes e lideranças locais sobre o risco de ingresso da doença no Rio Grande do Sul, os principais sinais clínicos a serem observados e os canais para notificação em caso de suspeita. No caso específico da Lagoa do Peixe, houve prioridade para o diálogo com os pescadores que atuam no local.
Pontos de observação com binóculo
“Em nossa atividade na região, avistamos aves de todos os tipos, todas muito saudáveis. Entramos em várias propriedades rurais e conversamos com muitos produtores a respeito da gripe aviária, levando informativos com os dados da secretaria, para que as pessoas sinalizem a presença de aves mortas, tanto as aves de fundo de quintal quanto as silvestres”, conta Renata, que trabalha na Inspetoria de Defesa Agropecuária de Ivoti, Regional Porto Alegre.
Para Pablo, foi uma oportunidade de sair das atividades rotineiras de sua inspetoria de origem, em Encruzilhada do Sul, na Regional Rio Pardo. “Trabalhamos mais com bovinos e equinos, eventos, fiscalização de agropecuárias. A nossa regional não está inserida nas áreas que contam com avicultura comercial expressiva, aqui é mais avicultura de subsistência. Foi uma semana de grande aprendizado sobre as aves migratórias e a região da Lagoa do Peixe, especialmente no convívio com os técnicos do ICMBio”, conclui.
Dados da vigilância para influenza aviária
O Serviço Veterinário Oficial do Rio Grande do Sul já acumula 1.545 ações de vigilância ativa desde janeiro de 2023, com estimativa de 1,03 milhão de aves observadas; além de 921 ações de educação sanitária, com alcance estimado de 386 mil pessoas. Nas ações de vigilância ativa, foram registrados três casos suspeitos, todos já descartados.
A vigilância passiva recebeu 59 notificações de casos suspeitos, com colheita de amostras em 12 dessas ocorrências. Todos os laudos foram negativos para influenza aviária. O painel de acompanhamento das ações pode ser consultado aqui.
Mais informações sobre influenza aviária disponíveis em www.agricultura.rs.gov.br/gripeaviaria.
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