Setor de serviços do Brasil volta a crescer em março com sinais de melhora da demanda, aponta PMI
Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - O setor de serviços do Brasil se recuperou e voltou a crescer em março no ritmo mais forte em cinco meses graças à entrada de novos pedidos, levando a confiança a um pico de cinco meses, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
O levantamento da S&P Global, divulgado nesta quarta-feira, apontou alta do índice a 51,8 em março, de 49,8 em fevereiro, voltando a ficar acima da marca de 50 que separa crescimento de contração e no nível mais alto desde outubro de 2022.
Ainda assim, a S&P Global destacou que, devido à fraqueza no início do ano, a média para o primeiro trimestre de 2023 foi de 50,8) a mais baixa desde o segundo trimestre de 2021 (48,4).
"O setor de serviços do Brasil se recuperou rápido de o que parece ter sido um tropeço temporário em fevereiro, quando a produção e as novas encomendas caíram pela primeira vez desde o início de 2021", avaliou Pollyanna de Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence.
"Dito isso, os comentários dos participantes da pesquisa mostram um tom de cautela sobre a sustentabilidade da recuperação, já que várias empresas indicaram que as pressões inflacionárias continuam a restringir os gastos dos consumidores", completou.
As empresas consultadas relataram expansões moderadas na entrada de novos pedidos e na produção, após contrações em fevereiro. Depois de cair pela primeira vez em 22 meses em fevereiro, as vendas subiram em março.
Os fornecedores de serviços preveem resiliência da demanda e portanto crescimento da atividade ao longo dos próximos 12 meses, e o nível geral de sentimento positivo foi a um pico de cinco meses.
Propostas em desenvolvimento, carteira maior de clientes, planos de expansão e investimentos também foram citados.
Os níveis de emprego aumentaram, interrompendo três meses de cortes de vagas, com as empresas relatando expansão em outros segmentos, volumes maiores de novos trabalhos e reajuste de pessoal.
Mas foram relatados, por outro lado, novos aumentos nos gastos operacionais ao longo de março, associados a custos mais elevados de insumos e salários. Assim, também houve alta dos preços cobrados, com os entrevistados citando esforços para proteger suas margens.
O desempenho do setor de serviços garantiu que o Brasil voltasse a mostrar crescimento da atividade empresarial, apesar da contração na indústria. O PMI Composto avançou a 50,7 em março, de 49,7 em fevereiro, a primeira expansão desde outubro.
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