Yellen diz estar disposta a intervir para proteger depósitos de bancos menores se necessário
Por David Lawder
WASHINGTON (Reuters) - A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse a banqueiros nesta terça-feira que está preparada para intervir para proteger correntistas em bancos menores dos EUA que sofrem com fugas de depósitos que ameaçam causar mais contágio em meio à pior turbulência do sistema financeiro em mais de uma década.
Em um discurso com o objetivo de acalmar os nervos abalados por duas falências de bancos neste mês, Yellen afirmou que o sistema bancário dos EUA está se estabilizando e as medidas tomadas para garantir os depósitos nessas instituições mostraram um "compromisso firme" para garantir que as economias dos correntistas e os bancos permaneçam seguros.
"As medidas que tomamos não foram focadas em ajudar bancos ou classes de bancos específicos. Nossa intervenção foi necessária para proteger o sistema bancário dos Estados Unidos como um todo", disse Yellen em uma conferência da Associação Americana de Banqueiros.
"E ações semelhantes podem ser justificadas se instituições menores sofrerem fugas de depósitos que representem risco de contágio", acrescentou em comentários preparados que atraíram fortes aplausos dos banqueiros.
Yellen, falando mais de uma semana depois do fechamento do Silicon Valley Bank e do Signature Bank, afirmou que as ações "decisivas e contundentes" estão fortalecimento a confiança pública no sistema bancário dos EUA e protegendo a economia.
Ela afirmou que um "sistema bancário dinâmico e diversificado" é necessário para apoiar a economia dos EUA, com grandes, médios e pequenos bancos desempenhando um papel para apoiar famílias, pequenas empresas e aumentar a concorrência em serviços financeiros. A chefe do Tesouro disse que está atualmente focada em restaurar a confiança dos correntistas, mas avaliará os regulamentos bancários para determinar se são necessários ajustes para lidar com os riscos que os bancos enfrentam hoje, que estão mais focados nos juros e na liquidez do que na qualidade dos ativos.
Ela acrescentou que a situação é "muito diferente" da crise financeira global de 2008 a 2009, quando os ativos hipotecários de alto risco colocaram muitos bancos sob estresse, e que o sistema financeiro está "significativamente mais forte do que há 15 anos".
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