Soja inicia semana com pressão nos preços e poucos negócios no mercado brasileiro; CBOT fecha no misto

Publicado em 20/03/2023 16:26

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A semana começa, mais uma vez, com poucos negócios se registrando para a soja no mercado brasileiro, como afirma o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. "É uma semana de pequena pressão de vendas e problema de atraso de embarques", diz. "E isso diminui o ritmo dos negócios, os prêmios continuam muito negativos e o produtor ainda imagina que o mercado possa virar. E é um movimento que é difícil, difícil de acontecer essa virada". 

Os preços da oleaginosa no mercado brasileiro continuam pressionados e cedendo um pouco mais diante do avanço da colheita brasileira, que continua trazendo mais oferta ao mercado, mantendo este cenário com pouco espaço de alteração, ao menos por agora. 

O que poderia ajudar a balancear os mercados internamente, ainda segundo Brandalizze, é a notícia da última sexta-feira (17) do aumento da mistura do biodiesel de 10% para 12% a partir de abril, além de um aumento gradual entre 2024 e 2026. "Isso é importante porque vamos sair de 6,2 bilhões de litros de biodiesel e vamos para mais de 7,5 bilhões. Isso quer dizer que vamos precisar, no mercado brasileiro, de cerca de 1,2 bilhão de litros de óleo de soja para atender essa demanda nova. Isso dá algo como 8 a 9 milhões de toneladas de soja a mais que serão esmagadas para tirar o óleo e fazer o biodiesel. Isso é positivo". 

Dessa forma, com o viés de baixa claro em Chicago, a volatilidade do dólar frente ao real e a chegada de mais soja disponível ao mercado, os preços se mantêm fragilizados. "Aparentemente, com os fatores que temos não mostram viés de alta no curto prazo", explica o consultor, que relata indicativos menores em todos os pontos do país na comparação com a última sexta.

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja fecharam o dia em campo misto. As posições mais próximas terminaram o dia subindo de 9,50 a 1,50 ponto, com o maio valendo US$ 14,68 por bushel, enquanto o setembro cedeu 2 pontos para fechar o dia com US$ 13,45. Ainda segundo Vlamir Brandalizze, não se trata de uma inversão de direção do mercado, mas apenas de uma correção técnica, principalmente porque o macrocenário ainda é bastante desafiador e incerto agora. 

A soja consegue encontrar espaço para o respiro, mesmo com os mercados vizinhos cedendo tão agressivamente, liderados pelo trigo, que perde mais de 2% na tarde de hoje. Quem também mudou de direção foi o óleo, que passou a subir depois de baixas consideráveis. 

O acordo para a garantia do corredor de exportação pelos portos do Mar Negro foi renovado - o que explica a pressão mais intensa sobre os futuros do cereal nesta segunda - mas, o prazo da nova fase ainda é incerto. "A Ucrânia fala em 120 dias, a Rússia em 60. Como quem está no comando das inspeções do corredor é a a Rússia, eu diria que 60 dias é o prazo. A Rússia quer voltar para o sistema de pagamentos, pelo menos fertilizante e grãos", explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities.

Todavia, o andamento das cotações segue refletindo uma combinação de fatores entre fundamentos e técnicos. Do final de semana chega a notícia da compra do Credit Suisse pelo UBS - o que a princípio animou o mercado. Na sequência, porém, as ações voltaram a cair expressivamente. "Os detalhes (da operação) acabaram azendando tudo", explica Vanin.

E neste ambiente incerto, as commodities se mantêm na defensiva, à espera de novas informações. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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