Soja: rentabilidade final da safra 2022/23 pode ser menor por conta do atraso na comercialização e da possível redução nos preços
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Soja: rentabilidade final da safra 2022/23 pode ser menor por conta do atraso na comercialização e da possível redução nos preços
A trajetória de queda nos preços da soja em Chicago vem se consolidando e de acordo com Carlos Cogo, da Consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio, essa queda é um processo natural de precificação devido à entrada da safra brasileira, que mesmo com quebras, deve ultrapassar 150 milhões de toneladas, 25 milhões a mais que a safra passada. Os bons números do Brasil, aliado a uma possível safra cheia nos EUA trazem de volta uma expectativa de recomposição dos estoques e conforto na oferta global. A consequência disso é a diminuição do preço da soja para a safra 2023/24 , podendo afetar também a safra atual, que teve baixo volume de venda antecipada.
Outro fator que pode contribuir para a queda nos preços é o comprometimento da demanda chinesa por conta da volta dos casos de Peste Suína naquele país, podendo afetar o consumo de farelo.
De acordo com Cogo, a soja em Chicago já precificou os problemas climáticos no sul do Brasil, que teve estiagem, e também na Argentina. Por isso, somente um fato novo poderia mudar a direção do mercado, que a partir de agora deve consolidar uma tendência de baixa.
Rentabilidade da safra 2022/23 pode ser menor que a esperada
A safra 2022/23 foi construída com o custo mais alto da história em valores nominais, mas os preços recebidos pelo produtor também estavam historicamente elevados. Considerando uma possível reversão de tendência, com mercado da soja em Chicago registrando queda nos preços a partir de agora, a rentabilidade da soja, que já está entre as menores dos últimos anos, pode recuar ainda mais.
Além da pressão negativa sobre os preços em Chicago, o fato do produtor brasileiro contar com baixo volume de vendas antecipadas, aumenta ainda mais o risco de perda de margens, já que ele estará dependente da formação de preço futuro ao longo do ano, lembra Carlos Cogo. Por isso, os desafios em relação à rentabilidade da safra 22/23 estão maiores .
Atualmente, segundo Carlos Cogo, o produtor ainda registra margens brutas positivas para o grão. O especialista destaca que essa diferença entre o preço de venda e os custos de produção, é de 25% para o produtor do Cerrado, considerando o norte do Mato Grosso, e de 47% para uma área produtora do oeste do Paraná que não teve quebra de safra.
O produtor pode ter sido prejudicado pela volatilidade do preço, já que muitos estabeleceram uma meta de preço fixo, os tais R$200/saca, ao invés de uma meta de resultados, lembra Cogo. O especialista alerta que diante de um cenário de incertezas, é importante que os produtores fiquem atentos aos fatores que podem afetar a rentabilidade da safra e tomem decisões baseadas em dados e análises precisas.
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