Com 21,3 milhões de sacas, Brasil tem queda no consumo de café no mercado interno em 2022
Com 21.326.820 milhões de sacas, o Brasil registrou queda de 1,01% no consumo de café no mercado interno em 2022. Os números foram divulgados na tarde desta segunda-feira (2) pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). Deste montante, o café tradicional extraforte correspondeu por 83% da venda, sendo classificado como a mercadoria do "custo x benefício".
Este volume representa 41,8% da safra de 2022, que foi de 50,9 milhões de sacas, segundo a Conab. Com esse volume, o Brasil se mantém como segundo maior consumidor de café do mundo, ficando aproximadamente 4.7 milhões de sacas dos Estados Unidos.
De acordo com Pavel Cardoso e Celírio Inácio - presidente e diretor executivo da ABIC, a queda no consumo está atribuída à alta na inflação no ano passado. Durante a coletiva, os representantes destacaram os recentes problemas climáticos na produção de café arábica do Brasil.
Em um período de quase três anos, as principais regiões produtoras foram afetadas por seca intensa, geada e recentemente até chuva de granizo. Com dois anos de frustração na produção, a matéria-prima (café cru) teve mais de 120% de alta e a indústria precisou repassar ao varejo 35%.
A ABIC também informou que esse repasse chega de forma "atrasada" para o consumidor final e com a inflação elevada, a indústria traça estratégias para que a alta nos preços não afete ainda mais o bolso do consumidor brasileiro.
Com tantas incertezas em relação à safra do Brasil deste ano, a ABIC manteve a posição de que os negócios estão travados. Há alguns meses o mercado interno vive uma "queda de braço" entre vendedor e comprador, principalmente com a intensa volatilidade nos preços. A entidade acredita que esse cenário se manterá até pelo menos a entrada da nova safra. Pontuou ainda a necessidade de avaliação das metodologias utilizadas atualmente para estimativas de safra, diante de um momento de muita incerteza do campo à xícara.
Os dados da ABIC mostraram que o consumo seguia dentro do esperado até agosto do ano passado, mas deste mês em diante o preço pesou no bolso da população, justificando a queda de 1,01% em 2022.
Para 2023, com uma possível recuperação na produção, a ABIC descarta novas grandes quedas tanto no valor da commoditie, mas também no consumo da bebida. "Natural que se tenha uma correção em 2023, estamos falando de um mercado maduro, presente em 98% dos lares do Brasil", disse Pavel Cardoso.
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