Educar para Transformar: O mundo repleto de oportunidades que nasce através da cafeicultura
O café está presente em pelo menos 98% dos lares brasileiros. Por aqui, sabemos que é tradição o café pela manhã, o cafezinho pós almoço e tem até quem não se importe e tome no período da noite também.
A nível mundial, o café é ainda mais representativo já que "perde" apenas para a água, primeira bebida mais consumida do mundo. Já estamos mais que acostumados com a presença do café na nossa rotina, mas ainda assim falar em fomentar o consumo da bebida é pauta constante no setor.
Mas, você já parou para pensar que além de falar todas as qualidades e atributos do café, também é preciso ensinar como de fato acontece a sua produção? E mais do que isso, que esse tipo de ação é importante também nas áreas de produção?
Para as “Empreendedoras do Café”, que atua em uma das principais regiões produtoras do país, a ação educacional precisa começar com crianças e jovens. Não só para falar sobre a produção cafeeira, mas principalmente apresentar as inúmeras oportunidades que existem no agronegócio.
Para entender o trabalho realizado pelo grupo, no entanto, é preciso voltar no tempo. Tudo começou em 2018 quando quatro mulheres decidiram se unir para falar sobre cafeicultura, ganhar mais representatividade. Cinco anos depois, o “Empreendedoras do Café” já tem mais de 120 mulheres, com representantes de todas as pontas do setor cafeeiro.
Durante o período de cinco anos, juntas visitaram muitas fazendas, realizaram cursos de capacitação e aos poucos foram conquistando conhecimento técnico, de gestão e principalmente com visão de empreendedorismo, sempre focado em ter a melhor direção para lidar com uma empresa a céu aberto, como proporciona o agronegócio café.
“Muitas de nós não somos nascidas de famílias do agro e, mesmo aquelas que são, percebemos que iniciar este aprendizado, porteira para dentro, na fase adulta, requer ainda mais foco. Mesmo aquelas que não optaram pela gestão das propriedades rurais, os gargalos são muitos”, afirma Marta de Carvalho Souza Ferreira, vice-presidente financeira da Associação Mulheres Empreendedoras do Café e cafeicultora.
Foi observando o ‘campo cruzado’ entre campo e cidade que nasceu o projeto Educar para Transformar. Marta explica que chamou atenção o frequente êxodo urbano, onde muitas pessoas abandonam suas vidas nos grandes centros para viver e se profissionalizar em propriedades rurais. Inclusive, com casos em que as ações acontecem também na sucessão familiar - tão tradicional na cafeicultura.
“Nesta nova geração, muitas crianças e jovens que estão na zona rural em sítios, chácaras, fazendas ou até mesmo convivendo com familiares e amigos, que dispõe dessas possibilidades, não aproveitam a oportunidade de conhecerem nossa natureza e tudo o que ela oferece e nos coloca a disposição”, afirma.
Observando todo esse cenário, o grupo seguiu buscando por conhecimento e técnica, com cursos que abrangem todas as áreas da cadeia de produção. Foi em um desses cursos, oferecido pela Prefeitura Municipal de Santa Rita do Sapucaí em parceria como Sebrae, que nasceu o o projeto de educação no agronegócio para crianças e jovens da comunidade onde estão inseridas. "Nasceu com o objetivo de levar até eles conhecimento, oportunidades, dando asas aos sonhos, mas com os pés nos chão", comenta.
A primeira grande ação do projeto Educar para Transformar, acontecerá no próximo mês de maio. Segundo Marta, duas frentes serão trabalhadas: tendo como público rural produtores, empreendedores do universo do café, compradores, pesquisadores e coffe lovers. A outra, terá o foco na educação e terá como público alvo estudantes do ensino fundamental, médio, universitário. A ideia é que o projeto alcance tanto alunos de escolas públicas, mas também da rede privada de ensino.
"Mesmo com a ampla diferença de idade dos participantes, desenhamos um formato de evento que levará a todos possibilidade de uma imersão no mundo do café, do empreendedorismo e suas frentes", explica.
A porta-voz acredita que o momento atual do mundo traz grande oportunidades para crianças e jovens. Em tempos em que se fala diariamente sobre ESG, boas práticas agrícolas, crédito de carbono, gestão eficiente, plataformas de gestão e muita tecnologia, agora é o momento para que eles se preparem para esse universo de inúmeras oportunidades.
"Estar desde criança em contato com a terra, conhecendo a cadência de natureza, os recursos que ela oferece, já engrandece a formação do conhecimento, o respeito. São inúmeras as profissões que exigem esses talentos. Cabe a nós, que enxergamos essas possibilidades gerar no próximo este despertar", diz.
Parceria com o Museu do Café
O Museu do Café, além de um grande colecionador de histórias, apoiador institucional do Entrelinhas do Cafezal e responsável por um trabalho intenso de promoção de imagem junto com outros elos da cadeia do café no exterior, é também um grande parceiro quando a pauta é educacional.
Focado em apresentar toda a bagagem e a histórica rica que a cafeicultura no Brasil, o Museu vem constantemente trabalhando em demonstrar o que está sendo vivido agora pelo setor cafeeiro do país. As ações, que vão desde o campo até à xícara, tem entre elas a pauta da educação.
O Museu é um dos parceiros do grupo Empreendedoras do Café e estará presente no evento Summit das Empreendedoras do Café, que acontece nos dias 12 e 13 de maio. Além disso, o grupo tem a ideia de levar os estudantes pessoalmente ao Museu do Café, em Santos e também ao Museu da Imigração para ampliar o conhecimento através de muita história.
Núcleo Educativo
O Núcleo Educativo do Museu do Café é a ponte de diálogo da instituição com seus visitantes, para além das exposições que oferece. O principal objetivo é transmitir a rica história do café de uma maneira simples e lúdica para o público, realizar um atendimento de excelência e fazer do Museu um reconhecido lugar de referência na propagação do aprendizado.
O setor elabora atividades que desenvolvem a percepção e estimulam o público a se aprofundar cada vez mais na história do café no Brasil e no mundo. Diferentes opções de programas de atendimento são oferecidas, contemplando visitas orientadas, tematizadas, além de dinâmicas interativas para públicos escolares e demais visitantes do Museu.
Para saber mais sobre as ações do Museu, clique aqui
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