Ibovespa fecha em alta puxado por bancos e Wall St
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, endossado por Wall Street e puxado pelo desempenho de bancos, em dia com balanço do BTG Pactual, enquanto BRF disparou após o Morgan Stanley elevar a recomendação das ações.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,87 %, a 108.836,47 pontos. O volume financeiro somou 18,9 bilhões de reais.
Em Nova York, o S&P 500 avançou 1,1%, em sessão com declínio nos rendimentos dos Treasuries, o que beneficiou ações de tecnologia, entre outras, enquanto os papéis da Meta Platforms valorizaram-se após notícias de novas demissões.
Na visão de César Mikail, gestor de renda variável da Western Asset, o mercado brasileiro "deu uma respirada" apoiado nas bolsas nos Estados Unidos, que também experimentaram um alívio.
"Mas a pauta continua sendo a inflação", afirmou, chamando a atenção para o índice de preços ao consumidor dos EUA previsto para a terça-feira, uma vez que persistem dúvidas sobre o fim do ciclo de alta de juros pelo Federal Reserve.
Investidores do mercado brasileiro também seguem atentos às discussões sobre a meta de inflação, tendo no radar reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) na quinta-feira, assim como entrevista do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
A reunião do CMN ocorre em meio a notícias de que a equipe econômica estuda antecipar uma revisão das metas de inflação, em um momento no qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem atacado o BC, criticando, entre outros pontos, o nível da Selic.
Campos Neto, por sua vez, dará entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira. A gravação estava prevista para o final da tarde e irá ao ar a partir de 22h.
"Os ruídos continuam no lado do governo, autonomia do Banco Central, meta de inflação, fiscal...É o motivo por que se tem esse desconto, por que o Ibovespa voltou a um patamar próximo a 108 mil pontos", acrescentou Mikail.
A temporada de balanços de companhias no Brasil também continua no radar, com os números de Banco do Brasil, São Martinho, Carrefour Brasil, entre outros, previsto ainda para esta segunda-feira.
Estrategistas do BTG Pactual cortaram nesta segunda-feira previsões para 2023 sobre resultados de empresas brasileiras de 21 setores que o banco cobre, citando que a perspectiva para a economia do país "azedou".
DESTAQUES
- BTG PACTUAL UNIT avançou 2,46%, a 21,26 reais, após reportar seus resultados do quarto trimestre do ano passado, com lucro líquido de 1,64 bilhão de reais, enquanto analistas também chamaram a atenção positivamente para as perspectivas do maior banco de investimentos da América Latina para 2023. Assim como outros bancos, o BTG também teve seu desempenho final afetado pelo pedido de recuperação judicial da Americanas. Porém, apresentou uma abordagem mais otimista sobre as chances de recuperar recursos empenhados com a varejista.
- ITAÚ UNIBANCO PN valorizou-se 3,53%, a 26,71 reais, e BRADESCO PN ganhou 3,55%, a 13,12 reais, reforçando a alta do Ibovespa. BANCO DO BRASIL ON, que divulga o resultado do quarto trimestre ainda nesta segunda-feira, fechou com acréscimo de 0,57%, a 40,6 reais.
- BRF ON subiu 7,63%, a 6,91 reais, na esteira de relatório do Morgan Stanley elevando a recomendação do papel para "equal-weight", citando que grandes desafios estruturais e cíclicos permanecem, mas que há uma transformação em andamento e que "é hora de respirar". Os analistas também reiteraram recomendação de "overweight" para as ações da JBS, Minerva e Marfrig.
- VALE ON cedeu 0,1%, a 86,71 reais, em meio ao declínio de contratos futuros do minério de ferro na Ásia nesta segunda-feira. Crescentes estoques de aço e o aumento dos inventários de minério de ferro em portos indicam uma lenta recuperação da demanda, mesmo com os últimos indicadores apontando para uma economia em recuperação. No setor, CSN MINERAÇÃO ON perdeu 1,43%, a 4,83 reais.
- PETROBRAS PN encerrou com variação positiva de 0,3%, a 26,8 reais, conforme os preços do petróleo recuperaram-se e o Brent, referência usada pela companhia, fechou com elevação de 0,3%, a 86,61 dólares o barril.
- AZUL PN recuou 4,31%, a 8,43 reais, tendo de pano de fundo corte na nota de crédito pela Fitch na sexta-feira, citando "altos riscos de refinanciamento" da companhia aérea. Nesta segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reuniu-se com o presidente da Petrobras e a ministra do Turismo para discutir medidas que busquem a redução das passagens aéreas no Brasil. GOL PN caiu 1,59%, a 6,19 reais.
- CARREFOUR BRASIL ON fechou em queda de 1,27%, a 14,04 reais, afastando-se das mínimas da sessão, antes da divulgação do balanço do quarto trimestre. No pior momento da sessão, a ação chegou a 13,58 reais, menor cotação intradia desde janeiro do ano passado.
(Por Paula Arend Laier)
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