DATAGRO reduz estimativa da produção brasileira de soja safra 2022/23 para 152,08 mi de t
O primeiro levantamento da DATAGRO Grãos para a safra brasileira 2022/23 de soja, com a colheita em andamento, confirma a direção da projeção para a área da intenção de plantio, divulgada em julho do ano passado: estima-se 43,98 milhões de hectares, 1,87 mi de ha a mais ante a temporada 2021/22, quando foram cultivadas 42,11 mi de ha. Este foi o 16º ano consecutivo de elevação da área da oleaginosa no País.
Entretanto, a estimativa de produção foi revisada levemente para baixo, passando de 152,23 milhões de toneladas apontadas em dezembro para 152,08 mi de t. A despeito do corte, caso se confirme, configuraria um novo recorde nacional, sendo 17,3% superior à frustrada e revisada safra colhida no ano passado, de 129,65 mi de t.
“Para a safra 2022/23, temos o impacto do fenômeno La Niña pelo terceiro ano seguido, o que resultou em perdas de produção em partes do Sul do País em função da escassez de chuvas. De todo o modo, levando em conta o positivo nível tecnológico adotado e clima dominantemente favorável até a última semana de janeiro, ainda trabalhamos com produtividade de 3.458 kg/ha, muito acima dos 3.079 kg da frustrada safra colhida em 2022”, pontua Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de pesquisa da DATAGRO Grãos.
Milho
A nova análise da DATAGRO Grãos mostra que a área de milho da safra brasileira de verão 2022/23 caiu 2,5%, para 4,49 mi de ha. “Apesar da motivação via preços remuneradores, a limitação ocorreu pela forte alta nos custos de produção, levando parte dos produtores a preferir o plantio de soja”, explica França Junior.
No Centro-Sul do País, a área ficou em 2,91 mi de ha -- 6,6% inferior aos 3,12 mi de ha da safra passada. Já nas regiões Norte e Nordeste, 1,58 mi de ha, ante 1,49 mi de ha em 2021/22 (+6%).
Considerando clima irregular, desta vez limitado ao Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina, a 1ª safra de milho teve a sua produção revisada para 25,42 mi de t -- 18,32 mi de t do Centro-Sul e 7,10 mi de t no Norte/Nordeste --, aquém da estimativa de novembro (25,97 mi de t), mas acima de dezembro (25,23 mi de t), e 0,5% a mais ante as 25,30 mi de t da frustrada safra colhida em 2022.
Para a safra de inverno de 2023, a tendência é de forte elevação na área. Projeta-se 19,27 mi de ha, 5,3% superior aos 18,31 mi de ha do último ano -- 16,27 mi de ha do Centro-Sul e 3,00 mi de ha do Norte/Nordeste.
Considerando clima regular, o potencial de produção do País para a 2ª safra é de 102,52 mi de t, 7,4% acima da temporada anterior -- 95,45 mi de t. Desse total, a região Centro-Sul responderia por 93,02 mi de t e o Norte/Nordeste por 9,50 mi de t.
No total das duas safras, o Brasil tem previsão de área para 2022/23 de 23,77 mi de ha, 3,7% acima dos 22,92 mi de ha de 2021/22. A produção potencial é de 127,94 mi de t, 6% acima da revisada e recorde safra anterior -- 120,75 mi de t.
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