Soja tem 3ª feira de portos pagando melhor do que mercado interno, apesar de pressão no dólar e prêmios
O mercado da soja fechou o pregão desta terça-feira (31) na Bolsa de Chicago em campo misto. Durante todo o dia, os preços testaram os dois lados da tabela, levando o março e o maio a concluirem os negócios com US$ 15,38 e o maio a US$ 15,30, subindo 2,75 e 0,75 ponto respectivamente, enquanto o julho foi a US$ 15,19 e o agora a US$ 14,77, com baixas de 0,50 e 0,75 ponto. "O mercado não teve mesmo novidades que pudessem direcionar os preços nem para um lado, nem para o outro", explicou o economista e analista de mercado, Camilo Motter.
No Brasil, o dólar caiu, vai encerrando o dia com perdas de quase 0,8% e voltando aos R$ 5,08, neutralizando os pequenos ganhos marcados pelos contratos mais próximos da soja na Bolsa de Chicago. E assim, os negócios mais uma vez ficaram tímidos no mercado nacional, que também tem sentido os prêmios mais pressionados por aqui.
Todavia, para quem faz seus negócios em dólares, o momento é favorável. "As cotações estão na fase dos US$ 15,40, praticamente, cotações de soja muito boas, dentro dos melhores níveis em 10 meses e para quem faz posições em dólares é momento de cavalinho encilhado. Não há uma garantia de que isso vá se sustentar, porque dentro de sete a dez dias devemos ter colheita a todo vapor no Brasil e isso vai pesar", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Ainda de acordo com o especialista, o mercado da soja está bastante atento ao cenário climático no Brasil, com uma possível nova rodada de chuvas podendo chegar nos próximos dias - inclusive no sul do país e também em partes da Argentina - e isso também segue ajudando no caminhar das cotações.
Neste ambiente, a maior parte das praças de comercialização registraram estabilidade nos indicativos para os preços da soja. Onde as mudanças foram mais expressivas foi no estado do Paraná, com alta de 0,64% para R$ 158,00 por saca, enquanto cedeu 0,59% em Castro. Em Eldorado, no Mato Grosso, do Sul, a referência subiu 0,65% para fechar o dia com R$ 154,50.
Nos portos, apesar da baixa do dólar, os preços testaram até R$ 2,00 a mais por saca em relação as posições do dia anterior, ainda segundo Brandalizze. "Nesta terça, mercado de porto pagando melhor e estabilidade no mercado de balcão", explica o consultor, que afirma que as referências no balcão poderiam melhorar nos próximos dias caso Chicago mantenha seus patamares nos atuais níveis e operando em campo positivo.
"Estamos na última semana de transição para a entrada efetiva da colheita brasileira. Estamos vendo que há colheita andando bem, mas há atrasos também", diz. Brandalizze citou o exemplo de Sorriso, em Mato Grosso, onde a colheita já foi concluída em 35% da área, contra perto de 50% em anos anteriores.
BOLSA DE CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, as altas de mais de 1% entre as posições mais negociadas do óleo de soja deram espaço para a recuperação dos futuros do grão no pregão desta terça. A alta do derivado, de acordo com a equipe da Agrinvest Commodities, "tirou a soja das mínimas do dia".
Os estoques de destilados ainda caindo nos EUA, as chuvas em excesso na Indonésia e o país partindo para dar início ao B35 em sua política do biodiesel ao lado de compras que a China vem fazendo de óleo de soja na América do Sul, de acordo com a consultoria, foram importantes vetores de estímulo às cotações.
Os traders também seguem acompanhando a volta da China ao mercado, depois do feriado de uma semana do Ano Novo Lunar, bem como não desviam as atenções do clima na América do Sul para a conclusão da safra 2022/23 da América do Sul.
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