CEO da Petrobras diz que política de preços de combustíveis é assunto de governo
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta segunda-feira que política de preços de combustíveis é um "assunto de governo", sem dar mais detalhes, ao deixar seu primeiro evento público após tomar posse na semana passada.
A declaração foi feita a jornalistas, que pediram para que ele falasse sobre o tema de política de preços.
Prates já havia afirmado, antes de tomar posse, que o tema seria discutido com o governo federal.
Em declarações recentes, disse ainda que a Petrobras não iria desvincular preços de combustíveis dos valores internacionais sob sua gestão, mas deixaria de seguir o preço de paridade de importação (PPI) para calcular as cotações de venda de seus produtos refinados.
Sobre mudanças na cúpula da petroleira estatal, a partir de sua posse, Prates afirmou nesta segunda-feira que as indicações de nomes para a diretoria e para o conselho deverão ocorrer nesta semana.
"Já estão praticamente definidos (os nomes dos novos diretores), tem uma ou outra dúvida ainda, mas de hoje para amanhã eu devo definir e essa semana a gente resolve isso", disse Prates, nos bastidores do evento MIT Reap in Rio.
No caso dos novos conselheiros da companhia que serão representantes da União no colegiado, Prates afirmou que estão em processo de escolha com o governo federal e eventualmente devem ser anunciados junto com os diretores.
"A gente vai tentar trazer tudo junto", disse.
Segundo ele, os indicados serão levados ao conselho da companhia, conforme as regras, e ainda passarão por testes de integridade e elegibilidade internamente antes de serem confirmados.
A solenidade de sua posse, afirmou, deverá ser marcada apenas quando todos os novos nomes já tiverem tomado posse formalmente.
O executivo evitou entrar em detalhes sobre quem serão os indicados e como será a formação de sua diretoria. Confirmou apenas que haverá a criação de uma diretoria de transição energética, mas pontuou que ela terá que passar por procedimentos internos para sua formulação e ficará, portanto, para um segundo momento.
"Nesse momento, vamos ter que ocupar os espaços que já existem", afirmou.
Após tomar posse, na semana passada, o executivo publicou um vídeo a funcionários onde afirmou ver a gigante petroleira como a grande impulsionadora da transição energética no Brasil, mas destacando que também trabalhará para que a companhia siga sua jornada na indústria de petróleo e gás.
A fala marcou uma grande mudança de estratégia para a estatal, que passou os últimos anos vendendo diversos ativos para se concentrar em seus campos de petróleo marítimos mais lucrativos e aumentar os dividendos.
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
Em seu discurso durante o evento nesta segunda-feira, Prates destacou sua visão de que as empresas brasileiras precisam mesclar pesquisa e desenvolvimento com suas atividades-fim para obter resultados importantes.
Ressaltou ainda números da área de pesquisa e desenvolvimento da Petrobras, citando o centro de pesquisa da estatal Cenpes e diversos resultados, mas ponderando que muito precisa ser feito e que a área deve ganhar grande atenção.
"Pesquisa, ciência, tecnologia e inovação têm que estar entranhados como atividade-fim nessas empresas nossas, porque não vai ser de outra forma que a gente vai chegar ao consumidor, que a gente vai armazenar energia, que a gente vai buscar energias renováveis", afirmou.
O executivo destacou que são exatamente as inovações e evoluções tecnológicas que têm permitido o avanço das energias renováveis e que é essencial que o Brasil não se feche e troque informações com outros países, sem ser subserviente.
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