Dívida pública federal cresce 6% em 2022 e Tesouro vê estoque de até R$6,8 tri no final deste ano
Por Bernardo Caram
BRASÍLIA (Reuters) - A dívida pública federal subiu 6% em 2022 em relação ao ano anterior, para 5,951 trilhões de reais, abaixo da meta estabelecida para o ano, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira, prevendo que ao final de 2023 o estoque poderá chegar a até 6,8 trilhões de reais.
Em valores absolutos, o crescimento no ano passado foi de 337,8 bilhões de reais. Com isso, o estoque ficou fora do intervalo de 6,0 trilhões a 6,4 trilhões de reais estabelecido como meta no Plano Anual de Financiamento (PAF) do Tesouro para 2022.
Em dezembro sobre novembro, a dívida pública federal aumentou 1,37%. Na mesma base de comparação, a dívida interna subiu 1,48%, somando 5,616 trilhões de reais.
Em 2022, o custo médio do estoque da dívida pública federal subiu para 10,21%, ante 8,91% no encerramento do ano anterior. O custo médio das emissões da dívida interna, por sua vez, atingiu 12,08%, ante 8,49% em dezembro de 2021.
O prazo médio da dívida subiu de 3,84 anos em 2021 para 3,90 anos no fim de 2022. O dado ficou dentro do intervalo de 3,8 anos a 4,2 anos definido no PAF.
A reserva de liquidez da dívida pública ficou relativamente estável, em 1,176 trilhão de reais, ante 1,186 trilhão de reais em 2021.
No fechamento do ano passado, o volume de títulos a vencer em 12 meses ficou dentro do que havia sido estabelecido como meta pelo Tesouro no PAF. O patamar ficou em 22,07%, dentro da meta de 19% a 23%.
A participação dos papéis prefixados também ficou dentro dos limites estabelecidos no PAF pelo Tesouro. Esses títulos viram sua representatividade cair a 27% do total no ano, frente a 28,9% em dezembro de 2021. O patamar ficou dentro da meta de 24% a 28% para o ano.
Os títulos atrelados à Selic, por sua vez, passaram de 36,8% no final de 2021 para 38,3%, dentro da meta de 38% a 42%.
Os papeis indexados à inflação fecharam 2022 em 30,3% da dívida, acima do patamar de 29,3% registrado um ano antes, sendo que a referência para o ano era de 27% a 31%.
Já os títulos remunerados pelo câmbio tiveram participação de 4,5% da dívida total, ante 5,0% em dezembro de 2021, também dentro da faixa de 3% a 7% fixada como meta.
A participação de não residentes na dívida pública interna caiu de 10,56% para 9,36%.
PLANO DE FINANCIAMENTO EM 2023
De acordo com o Tesouro, a estratégia para a dívida pública em 2023 prevê menor participação de títulos prefixados, aumento da participação de dívida remunerada por juros flutuantes e manutenção da dívida que vence em até 12 meses em “percentuais confortáveis”.
Esses parâmetros foram estipulados no PAF de 2023, também divulgado nesta quinta. Pelas projeções do Tesouro, o estoque da dívida pública federal ficará no intervalo de 6,4 trilhões de reais a 6,8 trilhões de reais, depois de encerrar dezembro de 2022 em 5,951 trilhões de reais.
A meta é que parcela da dívida vencendo em 12 meses fique no intervalo de 19% a 23% em 2023, depois de ter fechado o ano passado em 22,1%. Já a meta para prazo médio da dívida passará para a faixa entre 3,8 anos e 4,2 anos, depois de a proporção fechar 2022 em 3,9 anos.
A participação dos papéis prefixados, que fechou o ano passado em 27%, deverá ficar no intervalo entre 23% e 27%. Já os papéis atrelados à Selic ficarão entre 38% e 42%, após encerrar 2022 em 38,3% projeta o Tesouro.
Os papeis vinculados a índices de preços ficarão entre 29% e 33% de participação (30,3% em 2022), enquanto os títulos vinculados a câmbio ficarão entre 3% e 7% (4,4% em 2022).
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