Ibovespa flerta com 114 mil pontos liderado por Weg
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa firmava alta nesta quarta-feira, tendo ultrapassado o patamar dos 114 mil pontos no melhor momento, o que não acontecia desde novembro do ano passado, com as ações da Weg avançando em torno de 5%.
Às 15:19, o Ibovespa subia 0,6 %, a 113.701,23 pontos. Na máxima, chegou a 114.048,95 pontos, revertendo o sinal negativo da primeira etapa do dia, quando caiu a 111.927,22 pontos, com movimentos de realização de lucros.
O volume financeiro somava 12,6 bilhões de reais, em sessão marcada por feriado na cidade de São Paulo.
Agentes financeiros têm atribuído o avanço do Ibovespa neste começo de ano - com alta acumulada até o momento ao redor de 3,60% - ao capital externo, o que é referendado por dados da B3 que mostram entrada líquida de quase 7,2 bilhões de reais até o dia 23.
Nem o viés de baixa em Wall Street, refletindo preocupações com o ritmo da economia norte-americana em meio à temporada de balanços, minava o clima comprador na bolsa paulista. O S&P 500 cedia 0,7%.
DESTAQUES
- WEG ON valorizava-se 5,03%, a 39,08 reais, buscando retomar o sinal positivo em 2023. Até a véspera, contabilizava uma perda de mais de 3%.
- MAGAZINE LUIZA ON avançava 1,59%, a 4,46 reais, mesmo após disparar quase 45% até a véspera desde o anúncio dos problemas contábeis da Americanas, uma vez que analistas veem a varejista se beneficiando e ganhando participação de mercado da rival. VIA ON mostrava declínio de 1,59%, após alta de 10,57% nos últimos dois pregões. Até a terça-feira, a ação mostrava queda de quase 3,5% desde o anúncio da Americanas. Em Nova York, MERCADO LIVRE perdia 0,81%.
- AMERICANAS ON, que não está mais no Ibovespa, subia 18,75%, a 0,95 real, após conseguir suspender na véspera o bloqueio de cerca de 1,2 bilhão de reais em poder do BTG Pactual, bem como o "arresto/sequestro dos valores reclamados pela companhia e que tinham sido bloqueados pelos Bancos Safra e Votorantim". A varejista também divulgou sua lista de credores.
- BTG PACTUAL UNIT subia 1,47%, a 21,46 reais, revertendo a queda registrada mais cedo, quando chegou a 20,53 reais. A Justiça do Rio de Janeiro suspendeu o bloqueio de cerca de 1,2 bilhão de reais da Americanas em poder do banco de investimentos. A melhora apresentada pelas units do BTG também ocorreu em outros papéis, em dia com divulgação da lista de credores da Americanas. ITAÚ UNIBANCO PN cedia apenas 0,31%, BRADESCO PN perdia 0,99% e SANTANDER BRASIL UNIT reduziu a queda a 0,17%. BANCO DO BRASIL ON seguia como destaque positivo no setor, com elevação de 2,65%.
- PETROBRAS PN tinha variação negativa de 0,08%, a 26,58 reais, também distante do pior momento, quando chegou a 26,01 reais, em meio a ajustes após ganhos desde o começo do ano, que até a véspera somavam 8,57%. Investidores seguem na expectativa pela reunião de Conselho de Administração da estatal na quinta-feira, que irá analisar a indicação do senador Jean Paul Prates (PT-RN) para presidir a empresa. Ele planeja apresentar ao governo federal sua lista de indicados para as diretorias na sexta-feira se for aprovado, disseram duas fontes à Reuters.
- REDE D'OR ON avançava 1,7%, a 29,3 reais, revertendo o declínio da primeira etapa do pregão, quando experimentou movimentos de correção após subir mais de 7% na semana passada e fechar os dois últimos pregões também no azul. No setor de saúde, HAPVIDA ON também mudou o sinal e subia 1,34%, enquanto QUALICORP ON atenuava a queda para 1,02%. FLEURY ON aumentava 4,03%, acelerando os ganhos.
- VALE ON registrava acréscimo de 0,25%, a 95,54 reais, enquanto segue sem o referencial dos preços do minério de ferro na China em razão do feriado do Ano Novo Lunar. No setor, porém, CSN MINERAÇÃO ON avançava 2,2%.
- IRB BRASIL ON, que não está no Ibovespa, desabava -12,83%, a 24,32 reais, no primeiro pregão após o grupamento de suas ações na proporção de 30 papéis covertidos para 1. Na véspera, as ações tinham fechado a 0,93 real. Os papéis já devolveram a tentativa de recuperação dos primeiros pregões do ano e agora trabalham com performance negativa em 2023. A resseguradora divulgou nessa semana prejuízo em novembro, com piora em dados sobre sinistros na comparação com outubro.
(Por Paula Arend Laier)
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