Ibovespa avança e fecha acima de 113 mil pontos com ações de consumo em destaque
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, com ações de consumo na ponta positiva, incluindo Magazine Luiza e Natura&Co, enquanto petrolíferas ficaram na coluna negativa, conforme os preços do petróleo recuaram no exterior.
Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa subiu 1,16%, a 113.028,15 pontos, após dois pregões seguidos de queda. O volume financeiro somou 21 bilhões de reais.
De acordo com Dennis Esteves, especialista em renda variável da Blue3, entre os componentes que têm sustentado o Ibovespa estão o movimento mais positivo de commodities como o petróleo e o minério ferro, mas também o fluxo de capital externo.
Segundo ele, nesta sessão que a bolsa refletiu em parte a busca por "pechinchas", principalmente de empresas que sofreram nos últimos 12 meses, como varejo, turismo, e alguma realização de lucros em papéis como as companhias petrolíferas.
O tom positivo nos papéis mais sensíveis à economia doméstica também encontrou suporte no viés de baixa da curva de juros futuros, uma vez que o IPCA-15 ficou quase dentro do esperado - alta de 0,55% em janeiro, ante previsão de 0,52%.
Em relação ao fluxo de capital externo, dados da B3 mostram que as entradas líquidas já somam 6,48 bilhões de reais neste ano até o dia 20.
Análise gráfica da equipe da Ágora Investimentos destacou que o Ibovespa precisaria superar os 113.000 pontos para retomar rali de curto prazo e voltar a mirar nos objetivos que projetam em 115.700 e 118.200 pontos.
DESTAQUES
- MAGAZINE LUIZA ON subiu 8,66%, a 4,39 reais, com analistas vendo a companhia entre as que mais devem ganhar mercado com os problemas enfrentados pela Americanas, que pediu recuperação judicial semana passada. VIA ON avançou 2,03%, a 2,51 reais, em sessão com o setor de consumo na coluna de alta. PETZ ON ganhou 6,64% e CVC BRASIL ON encerrou com elevação de 8,65%.
- PETROBRAS PN caiu 0,71%, a 26,60 reais, mesmo após anúncio de aumento dos preços de gasolina a partir de quarta-feira. A queda do petróleo abriu espaço para realização lucros, após as ações chegarem nesta sessão a acumular alta de mais de 12% em 2023. Investidores seguem na expectativa pela reunião de conselho de administração da Petrobras na quinta-feira, que irá analisar a indicação do senador Jean Paul Prates (PT-RN) para a presidir a estatal. Ele planeja apresentar ao governo federal sua lista de indicados para as diretorias da na sexta-feira se for aprovado, disseram duas fontes à Reuters.
- 3R PETROLEUM ON recuou 3,08%, a 46,55 reais, e PRIO ON cedeu 1,28%, a 41,03 reais, acompanhando a fraqueza dos preços do petróleo, com o Brent recuando mais de 2%. No ano, porém, essas ações ainda sobem 23,3% e 10,27%, respectivamente.
- BRADESCO PN valorizou-se 1,07%, a 14,20 reais, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,91%, a 25,53 reais, corrigindo parte da queda da véspera, por causa de preocupações com os resultados do setor em 2023. BANCO DO BRASIL ON teve variação negativa de 0,5%, a 39,57 reais.
- NATURA&CO ON registrou acréscimo de 6,79%, a 13,37 reais, no segundo dia seguido de alta. Na véspera, o Financial Times publicou entrevista com o presidente-executivo da fabricante de cosméticos, Fábio Barbosa, na qual ele afirmou que o foco agora é mais sobre margens e geração de caixa do que sobre crescimento das vendas. No ano passado, as ações acumularam queda de 54%. Em 2023, contabilizam alta de 15,16%.
- HAPVIDA ON avançou 5,91%, a 4,48 reais, em uma trégua das perdas que os papéis enfrentam neste ano, tendo acumulado declínio de 16,7% até a véspera. Analistas revisaram nas últimas semanas suas recomendações para os papéis, com JPMorgan, Bank of America, Goldman Sachs e Bradesco BBI cortando a classificação para "neutra" e o preço-alvo para 5,50, 6, 6 e 6,50 reais, respectivamente.
- GPA ON valorizou-se 5,06%, a 20,14 reais, após o conselho de administração aprovar a emissão de 750 milhões de reais em debêntures para pagamentos relacionados a aluguéis e alongamento da dívida. CARREFOUR ON fechou em alta de 3,86%, a 16,14 reais.
- AMERICANAS ON ficou estável, a 0,80 real. A Vibra anunciou na véspera que decidiu cancelar a parceria com a varejista após a revelação de problemas contábeis de 20 bilhões de reais e da recuperação judicial. A Americanas afirmou que a decisão ocorreu "sem que tivesse havido qualquer manifestação anterior ou qualquer comunicação prévia com a Americanas". VIBRA ON avançou 3,69%, a 15,46 reais.
- CIELO ON ganhou 3,4%, a 5,17 reais, em meio a expectativas para o resultado previsto para quinta-feira. A equipe da Genial Investimentos elevou a recomendação dos papéis para 'compra', citando um cenário competitivo mais racional em 2023, aumento de 'take rate' devido a mudanças regulatórias que devem ajudar a receita. "A dinâmica para 2023 nos parece mais favorável, garantindo mais um ano de crescimento de lucro a despeito de volumes mais baixos", afirmaram.
- VALE ON subiu 1,06%, a 95,30 reais, enquanto segue sem o referencial dos preços do minério de ferro na China em razão do feriado do Ano Novo Lunar.
- TELEFÔNICA BRASIL ON recuou 2,05%, a 40,60 reais, devolvendo parte da alta recente, principalmente na véspera, quando subiu 5%. Em 2023, ainda acumula elevação de 8,8%. No setor, TIM ON cedeu 1,38%, a 11,46 reais.
- IRB BRASIL ON, que não está mais no Ibovespa, tombou 8,82%, a 0,93 real, após reportar prejuízo de 48,5 milhões de reais em novembro, menor do que a perda de 113,8 milhões um ano antes, mas revertendo do resultado positivo em outubro, assim como piora dos sinistros na comparação mensal. "Se o IRB continuar a reportar um índice de sinistralidade elevado e resultado negativo, nos perguntamos se a adequação de capital pode mais uma vez ser colocada em risco", afirmaram analistas do Citi, reiterando recomendação "neutra" para a ação.
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