Milho em queda: B3 sente baixa do dólar nesta 2ªfeira e praças olham para entrada da safra
A segunda-feira (23) chega ao final com os preços futuros do milho acumulando novas movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 87,19 e R$ 89,84.
O vencimento março/23 foi cotado à R$ 89,84 com desvalorização de 0,73%, o maio/23 valia R$ 89,25 com queda de 0,28%, o julho/23 era negociado por R$ 87,45 com baixa de 0,17% e o setembro/23 tinha valor de R$ 87,19 com perda de 0,01%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 esteve em baixa seguindo o dólar desvalorizado ante ao real nesta segunda-feira.
De olho no mercado de balcão, Brandalizze destaca que as cotações começaram a ceder um pouco com a chegada da safra gaúcha, catarinense e paranaense. “De R$ 83,00 a R$ 84,00 no balcão gaúcho e balcão catarinense, paranaense, paulista e mineiro de R$ 75,00 a R$ 80,00, caindo entre 1 e 2 reais da semana passada. O porto varia de R$ 84,00 a R$ 88,00 com 1 real abaixo da semana passada, também pressionado pelo dólar em queda”.
As exportações brasileiras de milho seguem aquecidas neste 2023. De acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Economia, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até aqui, o país exportou 4.220.283,4 toneladas de milho não moído (exceto milho doce).
Sendo assim, o volume acumulado apenas nestes 15 primeiros dias úteis do mês já representa 54,4% mais do que o total de 2.732.473,6 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de janeiro de 2022.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve um primeiro dia da semana negativo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorização apenas em Eldorado/MS e Porto Santos/SP. Já as desvalorizações apareceram em Não-Me-Toque/RS, Castro/PR, Maracaju/MS, Luís Eduardo Magalhães/BA e Campinas/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, "com a demanda reduzindo o ritmo, o milho encerra a semana sendo comercializado na média de R$ 85,50/sc no mercado físico de Campinas/SP”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, as cotações do milho seguem recuando na maior parte das regiões brasileiras acompanhadas pelo Cepea.
“Nem mesmo os bons volumes exportados e as altas nos preços externos e nos portos brasileiros foram suficientes para sustentar os valores. A baixa é resultado do menor interesse de compradores domésticos nas aquisições de curto prazo, além da necessidade de alguns vendedores de negociar para liberar espaço nos armazéns”, explica o Cepea.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro também contabilizaram movimentações baixistas nesta segunda-feira na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento março/23 foi cotado à US$ 6,66 com desvalorização de 10 pontos, o maio/23 valeu US$ 6,65 com perda de 9,50 pontos, o julho/23 foi negociado por US$ 6,54 com baixa de 9,25 pontos e o setembro/23 teve valor de US$ 6,01 com queda de 8,75 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (20), de 1,48% para o março/23, de 1,34% para o maio/23, de 1,36% para o julho/23 e de 1,48% para o setembro/23.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros do milho nesta segunda-feira seguiram as baixas da soja e do trigo.
A publicação destaca que, as chuvas na Argentina no fim de semana devem ajudar as lavouras, embora a seca persistente nas últimas semanas já possa ter prejudicado grande parte da safra.
“Não espero que as condições da safra na Argentina diminuam daqui para frente. Pelo contrário, elas vão se estabilizar ou melhorar no próximo mês”, disse Terry Reilly, analista sênior da Futures International.
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