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Colheita de milho atinge 18% da área no RS com atraso e perdas; plantio de soja vai a 98%

Publicado em 20/01/2023 08:58 e atualizado em 20/01/2023 11:18

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Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) – A colheita de milho 2022/23 atingiu 18% das áreas no Rio Grande do Sul, avanço de seis pontos percentuais em uma semana, mas com atraso em relação a anos anteriores causado por uma seca que levou a perdas de até 90% nas lavouras de alguns municípios, que chegaram a decretar estado de emergência, disse nesta quinta-feira a Emater-RS em relatório.

Segundo dados da empresa de assistência técnica e extensão rural ligada ao governo atual, no mesmo período do ciclo anterior a colheita alcançava 27% das áreas e a média histórica para o período é de 20%.

Em paralelo, parte dos produtores gaúchos também estão plantando o cereal da safra 2022/23, com a semeadura do Estado em 95% depois de caminhar apenas dois pontos na semana, versus 96% um ano antes e média histórica de 99%.

Nos últimos sete dias, o plantio foi realizado somente em pequenas áreas onde houve chuvas pontuais e em áreas em sucessão ao tabaco.

“Para as lavouras com ciclo mais avançado, as chuvas não diminuíram as perdas de produtividade, que são variáveis, mas mais graves nas regiões centro e oeste do Estado. Os índices de perdas são apresentados regionalmente”, afirmou a Emater.

A empresa destacou que alguns municípios, em estado de emergência, apontam perdas elevadas nas lavouras: 90% em Capão do Leão e em Pedro Osório; e 80% em Santana da Boa Vista.

Em Pelotas, as lavouras de milho que foram severamente prejudicadas pela estiagem foram cortadas para alimentação animal direta ou para silagem de baixa qualidade.

Há também áreas gaúchas de milho com perdas entre 40%-45%, como a regional de Bagé, em Alegrete, e Frederico Westphalen.

SOJA

No caso da soja, que está somente em fase de plantio no Rio Grande do Sul, a semeadura atingiu 98% das lavouras, crescimento semanal de dois pontos. Um ano antes, os trabalhos estavam em 97% e na média histórica, já estariam concluídos.

“Houve a ocorrência de chuvas na maior parte das regiões produtoras, concentradas nos dias 13 e 14/01, o que deu sobrevida a cultivos afetados pela insuficiência de umidade nos solos”, disse a Emater sobre a última semana.

A companhia esclareceu que as perdas no potencial de produtividade da soja e as dificuldades no desenvolvimento são mais aparentes nas regiões oeste e central, mas acontecem pontualmente nas demais.

Há uma exceção no nordeste gaúcho, onde nos Campos de Cima da Serra a evolução dos plantios é considerada normal.

“Apesar dos levantamentos indicarem perdas municipais e regionais, é preciso cautela ao generalizar os dados em âmbito estadual, pois, numa eventual manutenção de umidade nos solos em teores adequados, e dependendo do nível de danos, as lavouras têm boa capacidade de recuperação”, afirmou a Emater.

Mesmo as lavouras que estejam em fase de floração (18% da área plantada), disse a empresa, ainda teriam chance de se restabelecer, visto que a maior parte das cultivares são de crescimento indeterminado, ou seja, as plantas podem emitir novos pendões e ampliar a estrutura, compensando parte do potencial produtivo afetado.

Com base em um cenário com gravidade menor para a soja gaúcha em relação às fortes perdas da temporada passada e situação favorável nos demais Estados produtores, analistas ouvidos pela Reuters acreditam que o recorde para a colheita do Brasil, acima de 150 milhões de toneladas, estaria garantido em 2022/23.

(Reportagem de Nayara Figueiredo)

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Fonte:
Reuters

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