Fluxo de investimentos a mercados emergentes em 2022 tem forte queda, diz IIF
Por Jorgelina do Rosario
LONDRES (Reuters) - Os fluxos de investimentos a mercados emergentes diminuíram em dezembro, o que levou o total de entrada de recursos em 2022 para ações e títulos de regiões em desenvolvimento a apenas 33,7 bilhões de dólares, queda acentuada ante o ano anterior, mostraram dados do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) nesta quarta-feira.
Os fluxos para mercados emergentes encolheram para 1,7 bilhão de dólares em dezembro, ante 36,6 bilhões de dólares em novembro, o que destaca os futuros desafios para as economias em desenvolvimento, disse o IIF.
As entradas no ano sofreram uma queda de mais de 90% em comparação com os 379,6 bilhões de dólares que os mercados em desenvolvimento atraíram em 2021, após um ano marcado pelo aumento das taxas de juros em todo o mundo e um dólar forte.
"Embora a expectativa de uma mudança (de postura) do Fed tenha ajudado a melhorar o quadro geral, ainda há bolsões de risco no complexo de mercados emergentes", acrescentou o relatório chefiado pelo economista Jonathan Fortun.
Entradas de 108,3 bilhões de dólares nos mercados de dívida de países emergentes, sem contabilizar a China, e de 7,1 bilhões de dólares em ações chinesas compensaram saídas de 71,7 bilhões de dólares dos mercados de dívida do país asiático e de 10,0 bilhões de dólares em ações do restante dos países emergentes.
Em dezembro, na base mensal, as ações dos mercados emergentes excluindo a China viram saída 2 bilhões de dólares em dezembro, enquanto no mercado de dívida a saída foi de 7,7 bilhões de dólares durante o mesmo período.
A única região a registrar entradas em dezembro foi a América Latina, com 8,3 bilhões de dólares.
O IIF espera uma recuperação da dívida em dólar dos mercados emergentes no futuro, embora "se as condições financeiras dos Estados Unidos apertarem significativamente, as perdas de spread possam superar os ganhos de 'duration'", acrescentou o relatório.
"Duration" é uma medida da sensibilidade de uma carteira à variação nas taxas de juros. Títulos de longo prazo têm "duration" mais longa, pois carregam prêmios de risco ligados a incertezas do futuro.
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