Ibovespa mantém viés positivo em meio a ajustes e com ajuda de Petrobras
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa buscava manter o viés positivo nos primeiros negócios desta quinta-feira, em meio a ajustes técnicos e com Petrobras entre principais suportes, enquanto investidores continuam avaliando as sinalizações do novo governo e as suas implicações.
Às 12:05, o Ibovespa subia 0,72 %, a 106.094,06 pontos. O volume financeiro somava 7 bilhões de reais. Na véspera, o Ibovespa subiu mais de 1%.
Depois de declarações e decisões contraditórias do novo governo adicionarem preocupações no mercado financeiro, trouxeram alívio na véspera falas mais ponderadas, enquanto agentes financeiros aguardam a primeira reunião ministerial.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou o encontro para a sexta-feira, a fim de iniciar a articulação do governo, após divergências públicas entre ministros.
De acordo com análise gráfica da Ágora Investimentos, o Ibovespa ensaia uma reação a partir do suporte marcado na região dos 103.000 pontos e caso consiga retornar acima de 106.300 pode buscar os 109.900, nível cuja quebra, abriria caminho para o índice seguir avançando.
Do lado negativo, eles ponderaram que a perda definitiva dos 103.000 e dos 101.600 manteria o Ibovespa em queda até a mínima do ano passado, na casa de 95.200 pontos, conforme relatório enviado a clientes nesta quinta-feira.
No exterior, o norte-americano S&P 500 recuava depois que novas evidências de um mercado de trabalho forte nos Estados Unidos aumentaram os temores de que o Federal Reserve possa continuar elevando os juros por mais tempo do que o esperado.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN avançava 1,39%, a 23,37 reais, ainda embalada pelas declarações do senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado pela União para presidir a companhia, de que a empresa não irá desvincular seus preços de combustíveis dos valores internacionais. O movimento era endossado pela alta dos preços do petróleo no exterior, que se recuperavam nesta sessão após registrarem o pior começo de ano em décadas.
- TELEFÔNICA BRASIL ON subia 1,92%, a 37,14 reais, endossada por relatório do Credit Suisse elevando a recomendação dos papéis a 'outperform'. "À luz de uma perspectiva macro desfavorável e baixas expectativas para ações, acreditamos que os papéis de telecomunicações são investimentos atrativos em 2023", afirmaram os analistas Daniel Federle e Victor Ricciuti. No setor, TIM ON recuava 0,5%.
- MULTIPLAN ON valorizava-se 2,11%, a 20,82 reais, após reportar na véspera que as vendas em seus shopping centers somaram 6,3 bilhões de reais no quarto trimestre, o que representa um aumento de 12,9% ante mesma etapa de 2021. Analistas do BTG Pactual avaliaram que a Multiplan divulgou números operacionais sólidos para o último trimestre de 2022, destacando a alta de 11,8% nas vendas ano a ano considerando a mesma base de lojas.
- BANCO DO BRASIL ON mostrava acréscimo de 1,88%, a 33,68 reais, em sessão mais positiva para bancos, com ITAÚ UNIBANCO PN em alta de 1,29% e BRADESCO PN subindo 2,21%.
- LOCAWEB ON avançava 3,84%, a 6,22 reais, experimentando uma trégua, após forte queda no começo do ano, quando acumulou declínio de 14,7%. No setor de tecnologia, TOTVS ON tinha elevação de 3,26%.
- SÃO MARTINHO ON caía 2,84%, a 22,25 reais, ampliando o declínio desde o começo do ano, pela prorrogação da desoneração dos combustíveis. No dois primeiros pregões do ano, a ação caiu mais de 14%, perda que não foi exagerada na visão de analista do Morgan Stanley. Em relatório na quarta-feira, Javier Martinez de Olcoz Cerdan ponderou que riscos associados a possíveis mudanças de políticas do novo governo justificam uma correção para baixo dos papéis. RAÍZEN PN recuava 2,41%.
- EZTEC ON perdia 2,66%, a 12,8 reais, devolvendo parte da alta da véspera (+4,45%), em dia mais negativo para construtoras, com CYRELA ON cedendo 0,71% e MRV ON recuando 1,21%.
- VALE ON subia 0,28%, a 89,65 reais, mesmo com a queda nos contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura, pressionados por preocupações sobre as perspectivas de demanda na China, maior produtora mundial de aço, uma vez que um aumento nas infecções por Covid-19 atingiu a atividade econômica doméstica.
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