Brasil cancelará privatização do porto de Santos, diz futuro ministro Márcio França
SÃO PAULO (Reuters) - O governo não vai prosseguir com a privatização do porto de Santos, o maior da América Latina, disse o futuro ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, nesta quinta-feira ao jornal O Estado de S. Paulo.
Márcio França, escolhido para chefiar o ministério no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que a decisão de não privatizar o porto já foi tomada. O porto é uma importante porta de saída para as exportações de commodities agrícolas, incluindo soja e açúcar.
França não foi encontrado para comentar a decisão, que era amplamente esperada, já que assessores próximos de Lula disseram publicamente que eram contra o plano de privatização.
O governo do presidente Jair Bolsonaro havia avançado com os planos de privatizar o porto de Santos no segundo semestre de 2022, mas não conseguiu superar obstáculos relacionados ao processo, incluindo a aprovação final do Tribunal de Contas da União.
"Não será feito o leilão (de privatização)", disse França ao jornal. "A autoridade portuária vai continuar estatal."
O novo ministro disse ainda que há uma chance de realizar concessões de áreas dentro do porto de Santos.
Ele acrescentou, no entanto, que embora o novo governo não tenha problemas com o envolvimento do setor privado nas atividades portuárias, o Estado deve ser capaz de regular adequadamente o setor.
"Nós pedimos que fosse tudo adiado para que o presidente (eleito) possa opinar."
(Por Ana Mano; reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)
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