Alta desta 6ªfeira não impede milho de despencar 3,5% na semana em Chicago
A sexta-feira (11) chega ao final com os preços futuros do milho registrando movimentações negativas na Bolsa Brasileira. As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 84,98 e R$ 90,44, e acumularam quedas semanais.
O vencimento novembro/22 foi cotado à R$ 84,98 com perda de 0,61%, o janeiro/23 valeu R$ 87,15 com queda de 1,19%, o março/23 foi negociado por R$ 90,44 com desvalorização de 1,56% e o maio/23 teve valor de R$ 90,06 com baixa de 1,36%.
Na comparação semanal, os preços do cereal brasileiro acumularam desvalorizações, de 0,84% para o novembro/22, de 2,12% para o janeiro/23, de 2,15% para o março/23 e de 2,21% para o maio/23, com relação ao fechamento da última sexta-feira (04).
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 seguiu a linha do dólar em queda livre no câmbio brasileiro ante ao real, mas as cotações de balcão não mudaram muito.
“O pessoal tem dado indicativos atrelados ao porto. Balcão gaúcho vai de R$ 82,00 a R$ 84,00 em uma semana estável. Balcão catarinense, paranaense, paulista e do triângulo mineiro vai de R$ 75,00 a R$ 85,00, também fechando a semana sem novidades”, diz.
Brandalizze ainda destaca que houve negócios de milho nesta semana para trocas com insumos.
Na visão da analista de grãos e oleaginosas do Rabobank Brasil, Marcela Marini, a grande produção do ciclo 2021/22 e as vendas mais lentes nesta temporada, estão agora pressionando as cotações no Brasil.
Para Marini, essa pressão deve continuar e se aprofundar em 2023 diante de nova safra recorde de milho no ano que vem.
Já no mercado físico de milho, o preço da saca de milho subiu nesta sexta-feira. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou desvalorização em nenhuma das praças pesquisadas. Já as valorizações apareceram em Ubiratã/PR, Cascavel/PR, Castro/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Palma Sola/SC, Tangará da Serra/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Dourados/MS, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Eldorado/MS, Cândido Mota/SP e Porto Paranaguá/PR.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, o “mercado doméstico do milho indica maior pressão de oferta, levando a saca em Campinas/SP a recuar para R$84,50”.
Para a SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho registrou bastante volatilidade ao longo da semana, o que prejudicou, mais uma vez, o ritmo de negócios. “Até o meio da semana apareceram melhores ofertas por parte dos produtores, por conta do cenário negativo no mercado internacional de milho, o que levou a baixas também na paridade de exportação”.
O cenário, porém, mudou na quinta-feira (10), quando “os produtores voltaram a reduzir as intenções de venda do cereal, por conta da forte disparada do dólar frente ao real, o que fez com que os preços reagissem nos portos e, também, no cenário doméstico. Mesmo assim os preços do milho se desvalorizaram durante a semana. Esse cenário de volatilidade nas cotações acabou mantendo os consumidores distantes dos negócios”.
Segundo a SAFRAS Consultoria, os focos do mercado no curto prazo seguirão voltados ao ritmo de exportação dos Estados Unidos, que segue bastante fraco, ao quadro climático na Argentina, que voltou a receber chuvas nessa semana e ao impasse envolvendo a continuidade ou não do acordo de corredor de grãos na região do Mar Negro.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) finalizou as atividades desta sexta-feira com os preços internacionais do milho futuro operando no campo positivo, mas acumulando desvalorizações semanais.
O vencimento dezembro/22 foi cotado à US$ 6,58 com valorização de 4,75 pontos, o março/23 valeu US$ 6,63 com alta de 3,50 pontos, o maio/23 foi negociado por US$ 6,62 com ganho de 3,25 pontos e o julho/23 teve valor de US$ 6,58 com elevação de 3,0 pontos.
Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última quinta-feira (10), de 0,77% para o dezembro/22, de 0,61% para o março/23, de 0,46% para o maio/23 e de 0,46% para o julho/23.
Já na comparação semanal, os preços do cereal norte-americano acumularam desvalorizações de 3,38% para o dezembro/22, de 3,35% para o março/23, de 3,50% para o maio/23 e de 3,52% para o julho/23, com relação ao fechamento da última sexta-feira (04).
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho em Chicago subiram nesta sexta-feira, sustentados por fortes mercados de commodities e ações, bem como pela esperança de que a flexibilização das restrições à Covid-19 pela China possa impulsionar a demanda.
A publicação destacou que, a China encurtou na sexta-feira a quarentena em dois dias para contatos próximos de pessoas infectadas e viajantes que chegam, e removeu uma penalidade para as companhias aéreas por trazerem muitos casos. O afrouxamento das restrições animou os mercados, mesmo quando especialistas alertaram que a reabertura provavelmente ainda estava longe.
“O mercado está vendo essa notícia como algo espetacular”, disse Jack Scoville, analista de mercado do Price Futures Group.
PJ Huffstutter, da Reuters Chicago, aponta ainda que, a força do petróleo bruto também deu suporte. “O milho às vezes segue as tendências do petróleo bruto, devido ao seu papel como principal matéria-prima dos EUA para o etanol combustível”.
Por último, o dólar caiu pelo segundo dia, com os investidores apostando que o pico da inflação nos Estados Unidos levará o Federal Reserve a conter os aumentos das taxas de juros.
“Isso, por sua vez, reforçou as commodities agrícolas, já que um dólar mais fraco é normalmente visto como tornando os produtos dos EUA mais competitivos no mercado global, disseram traders”, diz Huffstutter.
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