Cogeração de energia já conta com 20,3 GW no Brasil
A capacidade instalada de cogeração de energia em operação comercial no Brasil fechou o mês de outubro com um total de 20,3GW, o que equivale a 10,8% da matriz elétrica brasileira (187,21 GW). Somente em 2022, o incremento da capacidade instalada da cogeração chega a 763,4 MW – são 607,5 MW em novas usinas e outros 155,9 MW em ampliações de capacidade instalada. As informações são compiladas pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), com base em dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Ao longo do mês de outubro foram adicionados 135 MW de bagaço de cana, oriundos das usinas Entre Rios (GO), Boa Esperança (MG) e Vale do Pontal I (MG), bem como 2,86 MW de biogás da usina Asja Jaboatão (PE).
No País, a cogeração conta agora com 650 usinas. A produção de energia movida a bagaço de cana-de-açúcar conta com 385 usinas, totalizando 12,2 GW instalados, o que representa 60,1% do total da cogeração. Em segundo lugar, no ranking, está o licor negro, com 21 usinas, perfazendo 3,407 GW instalados (16,8%). Já a cogeração a gás natural tem 93 usinas, somando 3,2 GW instalados (15,7%). A cogeração derivada de cavaco de madeira chega a 880 MW instalados (4,3%), derivados de 70 usinas. A energia produzida com biogás detém 371 MW instalados (1,8%), partindo de 50 usinas. Outras fontes somam 288 MW instalados, com 31 usinas, e completam o quadro (1,4%).
Em 2022, o incremento da capacidade instalada da cogeração (763,4 MW) já chega a 91,4% do total previsto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para este ano -- a projeção de entrada em operação comercial da cogeração de energia é de um total de 835 MW até o final do ano de 2022, conforme dados do “Acompanhamento da Implantação das Centrais Geradoras de Energia Elétrica”, atualizados o dia 18/10/2022. Já a previsão da Aneel, no período 2022/2025, é de liberação de 2,5 GW.
“A cogeração tem importância estratégica para o Brasil. Além de já propiciar contribuição relevante para matriz elétrica brasileira, a bioeletricidade reúne uma série de atributos: é uma fonte de energia renovável, com menor impacto ambiental; competitiva, com 2/3 de sua produção comercializada no mercado livre; além de proporcionar uma energia com qualidade e previsibilidade, gerada junto aos pontos de consumo, dispensando a necessidade de investimentos em longas linhas de transmissão”, afirma o presidente executivo da Cohen, Newton Duarte.
Na visão da Cogen, a cogeração – principalmente da bioeletricidade – tem potencial para prestar ainda mais contribuições ao Sistema Elétrico Brasileiro (SEB). “É energia com atributos relevantes para atender às necessidades do País: renovável, com previsibilidade, inércia, qualidade, e geração junto às cargas – atributos esses da bioeletricidade”, explica Duarte.
Segundo o diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, Leonardo Caio Filho, a cogeração a biomassas tem sido essencial para garantir a segurança energética do País. “No ano de 2021 as biomassas foram responsáveis pela preservação de 14 pontos percentuais nos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste, onde está o principal mercado consumidor do País. As biomassas entregam essa energia principalmente no período de safra, ou seja, entre os meses de abril e novembro, quando a região é mais afetada pelo período seco.”
A Cogen também vê potencial para crescimento da cogeração a gás natural, especialmente com as perspectivas de aumento de produção de gás nacional e uma molécula a preços mais competitivos.
Ranking da cogeração
No ranking por unidades da federação de cogeração por biomassa, o Estado de São Paulo lidera a lista com 7,5 GW instalados. Em seguida está Minas Gerais, com 2 GW instalados. Em terceiro vem o Mato Grosso do Sul, com 1,9 GW instalados; Goiás (1,5 GW instalados), Rio de Janeiro e Paraná (cada um com 1,3 GW instalados), e Bahia (1,1 GW instalados).
Entre os cinco setores industriais que mais usam a cogeração estão o Sucroenergético (12,254 GW), Papel e Celulose (3,262 GW), Petroquímico (2,305 GW), Madeireiro (832 MW) e Alimentos e Bebidas (638 MW).
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