Moagem mantém recuperação, mas defasagem acumulada ainda é de 2,87% em relação à safra 2021/2022

Publicado em 10/11/2022 11:03

A moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de outubro na região Centro-Sul atingiu 31,52 milhões de toneladas, registrando aumento de 84,98% em relação à quantidade registrada em igual período do ano passado, quando foram processadas 17,04 milhões de toneladas. No acumulado da safra, a moagem totalizou 490,22 milhões de toneladas ante 504,73 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2021 – queda de 2,87%.  

O significativo aumento registrado na quinzena tem forte relação com o encerramento precoce das unidades produtoras na safra anterior por conta da estiagem que prejudicou severamente o desenvolvimento da planta. 

Até o dia 1º de novembro, 208 unidades estavam em operação no Centro-Sul frente às 128 na safra 2021/2022. Na segunda quinzena de outubro, 19 unidades produtoras encerraram a moagem de cana-de-açúcar do atual ciclo. No acumulado, o encerramento de safra atinge 50 unidades. Para a primeira quinzena de novembro está previsto o encerramento de mais 73 unidades produtoras.

Contudo, conforme registrado nas últimas quinzenas, a operacionalização da colheita foi prejudicada devido a um regime de chuvas mais fortes em algumas regiões produtoras de cana-de-açúcar, com maiores índices pluviométricos registrados no Paraná, Mato Grosso do Sul e sul de São Paulo. Esse cenário regular de chuvas nos últimos meses do ano interfere diretamente no cronograma de encerramento das unidades produtoras, por tornar incerta a continuidade da atividade agrícola, em função da falta de viabilidade operacional da colheita. 

A despeito dessa condição, nesta quinzena a safra atual reduziu a defasagem existente, em relação ao ciclo 2021/2022, para aproximadamente 15 milhões de toneladas. Ao final do mês de novembro a moagem no ciclo atual deve equiparar à safra anterior, e o incremento real na quantidade processada de cana-de-açúcar irá depender dos meses iniciais de 2023. Esse cenário, no entanto, dependerá do aproveitamento da moagem sujeita às condições climáticas. Importante ressaltar que apesar do efeito adverso na moagem, a alta na pluviosidade tem favorecido o desenvolvimento da planta para o próximo ciclo agrícola.

Informações preliminares do Centro de Tecnologia Canavieira, para uma amostra comum de 73 unidades produtoras, indicam que foram colhidas 67,3 toneladas por hectare em outubro de 2022, o que representa um aumento de 21% no rendimento agrícola da lavoura na comparação com o mesmo período na safra 2021/2022 (55,5 toneladas por hectare).  

A qualidade da matéria-prima colhida na segunda quinzena de outubro, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, retraiu em 1,16% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, registrando 145,13 kg de ATR por tonelada colhida. No acumulado da safra, ainda se observa uma queda de 1,35%, com o indicador marcando 141,35 kg de ATR por tonelada.

Produção de açúcar e etanol

A produção de açúcar na segunda metade de outubro totalizou 2,12 milhões de toneladas (+145,43%). No acumulado desde o início da safra 2022/2023, a fabricação do adoçante totaliza 30,28 milhões de toneladas, frente às 31,24 milhões de toneladas do ciclo anterior (-3,07%).

Na segunda quinzena de outubro, 1,59 bilhão de litros (+48,94%) de etanol foram fabricados. Do volume total produzido, o hidratado alcançou 797,3 milhões de litros (+47,23%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 794,2 milhões de litros (+50,69%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação de álcool atingiu 24,45 bilhões de litros (-2,70%), dos quais 14,37 bilhões consistem em etanol hidratado (-4,92%) e 10,07 bilhões em anidro (+0,65%).

Do total de biocombustível fabricado, a produção a partir do milho na segunda quinzena de outubro registrou 217,83 milhões de litros, frente aos 170,73 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2021/2022 – avanço de 27,59%. No acumulado desde o início da safra, a produção atingiu 2,47 bilhões de litros - avanço de 26,48% na comparação com igual período do ano passado.

Vendas de etanol

O mês outubro foi marcado pela saída robusta de etanol das usinas, o que acarretou variações positivas no total do mês frente ao observado no mesmo período de 2021. Em outubro, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 2,52 bilhões de litros de etanol, o que representa um aumento de 16,16% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.

No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado foi de 1,31 bilhão de litros, o que significa um aumento de 3,52% em relação ao mesmo período da safra anterior. As vendas domésticas de etanol anidro totalizaram 941,90 milhões de litros, o que representa um crescimento de 11,75%. No acumulado da safra, foram comercializados 9,58 bilhões de litros de hidratado domesticamente (-3,87%) e 6,31 bilhões de litros de etanol anidro (+5,29%).

Para o mercado externo foi registrado um volume robusto de vendas no mês. O volume de etanol hidratado comercializado foi de 104,43 milhões de litros (+139%). Já para o etanol anidro, registrou-se 167,50 milhões de litros (+709%). Ao todo, as exportações de etanol pelas unidades produtoras foram de 271,93 milhões de litros no mês (+322%). No acumulado da safra, esse volume atingiu 1,51 bilhão de litros – um avanço de 51,72% em relação à safra 2021/2022.

Desde o início da safra 2022/2023, as unidades produtoras comercializaram 17,40 bilhões de litros de etanol, o que representa um avanço de 2,63% em relação ao mesmo período da safra anterior. Desse volume, as vendas de etanol hidratado totalizaram 10,15 bilhões de litros (-4,18%); já as de anidro, 7,25 bilhões de litros (+13,97%).

Mercado de CBios

Dados da B3 mostram que, até o dia 08 de novembro, 26,23 milhões de CBios foram emitidos em 2022. A respeito do volume negociado e posse de créditos, até a data supramencionada, a parte obrigada do programa RenovaBio já adquiriu cerca de 30,5 milhões de créditos de descarbonização [1].  Esse volume representa 83% da meta de aquisição total para o ano corrente.

 [1] Esse valor considera o estoque de passagem da parte obrigada somada com os créditos adquiridos, estejam eles ativos ou aposentados.

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Fonte:
UNICA

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