Relator do Orçamento defende que PEC da transição faça mudanças mínimas e diz que R$600 são intocáveis

Publicado em 04/11/2022 12:22 e atualizado em 04/11/2022 12:55

Logotipo Reuters

SÃO PAULO (Reuters) - O relator do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), defendeu nesta sexta-feira que a Proposta de Emenda à Constuituição (PEC), que sugerirá exceções à regra do teto de gastos para garantir o cumprimento de promessas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, faça apenas mudanças mínimas e inadiáveis.

Em entrevista à CNN Brasil, Castro também disse que a manutenção do pagamento de um benefício social de no mínimo 600 reais mensais no ano que vem é "intocável" e afirmou que tanto a PEC quanto a peça orçamentária podem ser aprovadas até o prazo do dia 17 de dezembro "se não houver marola".

"Minha postura é uma postura conservadora. O que isso implica? Que nós devemos fazer o mínimo possível de modificações, só aquilo que é essencial, imprescindível e inadiável", disse.

"Nós não vamos carregar uma responsabilidade dessa de ver as famílias brasileiras que estão recebendo 600 reais caírem para 400. Já pensou o caos que seria no país?", acrescentou.

Além da manutenção do benefício de 600 reais, Lula também prometeu durante a campanha eleitoral que lhe deu um terceiro mandato na Presidência um acréscimo de 150 reais por filho para os beneficiários do Bolsa Família, que ele pretende retomar, o aumento do salário mínimo acima da inflação e a isenção de Imposto de Renda para todas as pessoas que ganham salário de até 5 mil reais mensais.

Castro afirmou ainda não ter as cifras do tamanho da exceção ao teto que será buscada. Ele disse que cálculos da equipe técnica do Senado a colocam acima de 100 bilhões de reais.

Em entrevista à Reuters nesta semana, Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e um dos conselheiros de Lula, disse que o incremento fora do teto poderá superar 200 bilhões de reais.

Na entrevista à CNN Brasil, Castro disse que aguardará o texto da PEC a ser elaborado pela equipe de transição de Lula para então levá-lo para análise de líderes da Comissão Mista de Orçamento (CMO).

"Quem vai fazer a proposta é a nova equipe de transição do novo governo... Tudo o que for proposto pelo novo governo, eu vou pegar a proposta, não vou dizer nem sim, nem não, e vou levar para os líderes partidários, para a comissão de Orçamento para a gente analisar", disse, defendendo que se evite controvérsias no texto.

"Tudo aquilo que trouxer discordância, que trouxer questionamento, que tiver oposição, o melhor é a gente deixar de fora, 2023 está bem aí, a gente espera, ninguém vai morrer, e vamos nos concentrar no que é essencial e no que é inadiável", afirmou.

Indagado se é possível aprovar tanto a PEC da transição quanto o Orçamento antes de 17 de dezembro, o relator respondeu positivamente, mas ressalvou que é necessários que todos marchem na mesma direção.

"É viável se não houver marola, se todo mundo marchar na mesma direção. O que eu percebo? Uma boa vontade do Congresso Nacional, indistintamente do partido, se estava do lado do Lula, se estava do lado do Bolsonaro. Já conversei com inúmeros parlamentares e há uma boa vontade de todos em aprovar", disse.

(Por Eduardo Simões)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário