Cultivo da mandioca oferece vantagens para produtores do semiárido

Publicado em 03/11/2022 15:44
Plantio da mandioca é uma opção barata e resistente à estiagem

O cultivo da mandioca tem se mostrado uma alternativa interessante para os produtores rurais, principalmente aqueles que vivem em lugares sujeitos a problemas da seca. Por ser uma planta bem adaptável, ela está presente em todas as regiões mineiras e é muito usada na alimentação dos brasileiros, além disso pode ser utilizada também no trato do rebanho.

O coordenador regional de Culturas da Emater-MG em São Francisco, no Norte de Minas, Frederico Botelho, conta que no Norte Minas, o plantio da mandioca tem sido recomendado como uma técnica de convivência com a seca e a cultura tem tido uma boa aceitação entre os agricultores. "É uma planta nativa do Brasil e está perfeitamente adaptada ao nosso clima e solo. Ela é tolerante à estiagem prolongada, por ser muito eficiente no aproveitamento da água. A mandioca suporta bem solos ácidos e terras de baixa fertilidade, o que por consequência diminui o uso de fertilizantes, que poderiam onerar o custo de produção. Devido a essas características, o risco de perda de safra é muito pequeno", comenta o coordenador.

Aproveitamento das folhas

Frederico ressalta ainda que o cultivo e uso da mandioca no semiárido pode trazer mais qualidade para a alimentação animal a um menor custo. “Muita gente já plantava mandioca para fazer farinha e polvilho, porém, a parte aérea, manivas e folhas eram desperdiçadas. Agora a parte aérea da planta é transformada em feno e silagem, melhorando a nutrição animal”, explica o coordenador.

O coordenador de Regional de Pecuária da Emater-MG, Antônio Faria Salgado Júnior, destaca que o interessante é o produtor ter, além da mandioca, o capiaçu, uma cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de silagem. “A mandioca é rica em proteína, mas dá pouca quantidade de alimento. Então você planta o capiaçu, que não tem muita proteína, para dar volume. DAí mistura um balaio de silagem de rama de mandioca e dois de silagem de capiaçu para ter uma oferta maior de ração”, explica o técnico. Em razão dos períodos de estiagem frequentes na região, Antônio recomenda ainda que o produtor procure fazer uma pequena área de mandioca irrigada por gotejamento, aproveitando a água acumulada na época de chuvas.

Sucesso comprovado

Em 2015, a Emater-MG iniciou em Brasília de Minas, um trabalho com agricultores familiares para o aproveitar integralmente a mandioca, incluindo sua parte aérea (ramos que ficam acima do solo). A técnica gerou mais economia na atividade pecuária e mais qualidade para a alimentação animal, passando a ter adesão de praticamente todos os produtores rurais locais.

No primeiro ano do projeto, a Emater-MG enviou uma amostra para uma análise bromatológica da silagem produzida, que apontou um percentual de 12,6% de proteína bruta. Índices elevados em comparação com o sorgo e o milho, que variam entre 8% e 10% desta proteína.

“A folha da mandioca é um ótimo alimento para o rebanho, inclusive com níveis de proteína muito bons. Mas o produtor deve ter o cuidado de secar as folhas para evitar os riscos de intoxicação dos animais por ácido cianídrico”, alerta o coordenador estadual de Culturas da Emater-MG, Sérgio Brás Regina. Outro aviso importante, diz se Sérgio, é o agricultor ficar atento ao material de propagação da mandioca. “As manivas (mudas) têm que partir de mandiocais sadios, livres de pragas, principalmente a broca e o mandruvá, e também de doenças, bacteriose principalmente, que são problemas sérios na cultura da mandioca”, recomenda Sérgio.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Emater - MG

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário