Plantio das lavouras de feijão 1ª safra atinge 80% da área em algumas regiões
No RS, a área projetada de feijão 1ª safra é de 30.561 hectares. A produtividade estimada é de 1.701 kg/ha, e a produção é de 51.985 toneladas. A cultura está em estabelecimento, de acordo com o Informativo Conjuntural produzido e divulgado nesta quinta-feira (20/10) pela Emater/RS-Ascar.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a implantação se aproxima do final, atingindo 88% da área projetada. O desenvolvimento das plantas continua lento, mas o aspecto sanitário dos trifólios é muito bom, sem sintomas de doenças. As novas folhas emitidas não apresentam sintomas de encarquilhamento, que caracterizaria danos por baixas temperaturas.
Na de Pelotas, os produtores aumentaram o preparo de áreas e a escala de semeadura, pois o mês de outubro é considerado preferencial para a implantação da cultura na região. O plantio atingiu 33% da área estimada. As lavouras estão em emergência e desenvolvimento vegetativo.
Na de Porto Alegre, algumas lavouras apresentaram problemas na germinação, provavelmente condicionados pelas baixas temperaturas, que chegaram a formar geadas em algumas regiões. Durante a semana, foram implantadas seis Unidades de Referência Técnica (URT) para cultivares Fepagro Triunfo (Preto tipo II – indeterminado ereto), Fepagro Garapiá (Carioca tipo II – indeterminado ereto) e RS Centenário (Rajado Tipo II/III – indeterminado ereto) em Camaquã, Sertão de Santana e Caraá, para avaliação como alternativa de produção.
Na de Soledade, a área semeada alcançou 80%, com 5% já em florescimento. O teor de umidade dos solos permaneceu adequado por conta da recorrência de chuvas, porém as temperaturas baixas e a nebulosidade dificultaram o desenvolvimento inicial das plantas e favoreceram o surgimento de doenças. Apesar desse cenário, as lavouras têm boa sanidade, e, nas primeiras lavouras estabelecidas, foram realizados os tratos culturais de controle de invasoras e as adubações nitrogenadas em cobertura.
CULTURAS DE INVERNO
Trigo - A reavaliação da safra de inverno estimou a área cultivada de trigo em 1.458.026 hectares. A produtividade revista é de 3.210 kg/ha, resultando em uma expectativa de produção de 4.680.780 toneladas.
Ao norte, a maior umidade do ar e nos solos não ocasionou danos até o momento. Ao sul, algumas lavouras demonstram sintomas de estresse, com a umidade abaixo do ideal. Contudo, os cultivos mantiveram o potencial produtivo elevado.
Houve aumento de lavouras em maturação fisiológica, com 36% nesse estágio, e a colheita novamente evoluiu lentamente à espera da finalização de ciclo do cereal.
Cevada - A reavaliação da safra apontou área de 37.500 hectares cultivados. A produtividade atual estimada é de 3.237 kg/ha, totalizando a produção de 121.236 toneladas do cereal.
Aveia branca grãos - Houve prosseguimento da colheita, e a manutenção do potencial produtivo está acima do inicialmente projetado. A revisão de safra de inverno apontou área de cultivo de 350.641 hectares. A produtividade prevista é de 2.478 kg/ha, representando uma produção de 868.741 toneladas.
Canola - A área atualizada de cultivo é de 53.415 hectares. A estimativa de produtividade atual é de 1.638 kg/ha, projetando a produção de 87.500 toneladas.
CULTURAS DE VERÃO
Soja - Mesmo com a entrada, no dia 11 de outubro, do período indicado no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), o início de semeadura ocorreu de forma muito parcimoniosa por fatores relacionados às condições climáticas. O primeiro fator é a espera da elevação das temperaturas para melhor germinação, e o segundo é a previsão de ocorrência do fenômeno La Niña, que remete à possibilidade de redução de chuvas até meados de janeiro. Nesse caso, as semeaduras precoces podem implicar em florescimento ao longo do mês de dezembro, com considerável risco de prejuízo ao potencial produtivo no caso de uma eventual insuficiência de chuvas.
A área projetada para a safra 2022/2023 é de 6.568.607 hectares. A produtividade estimada é de 3.131 kg/ha, e a produção é de 20.563.989 toneladas.
Milho - A área estimada de cultivo para a safra 2022/2023 é de 831.786 hectares. A produtividade esperada é de 7.337 kg/ha.
A semeadura permaneceu em ritmo lento em função de maior umidade ao norte do Estado e por insuficiência ao sul. Além disso, os produtores escalonam o plantio para minimizar os riscos, para concentrar esforços em outras operações – manejo de adubação e pragas –, ou para se dedicarem ao preparo de áreas para outras culturas. A área implantada somou 70%, e as lavouras encontram-se, na totalidade, em desenvolvimento vegetativo. De modo geral, os cultivos seguem com crescimento lento, um pouco abaixo do normal para a época por conta da baixa soma térmica.
BOVINOCULTURA DE CORTE
O rebanho bovino em geral apresenta bom estado corporal, porém os produtores estão preocupados com a baixa oferta de pastagens devido às temperaturas baixas. O problema se agrava nos locais onde a lotação é mais alta, como nas propriedades que estão liberando áreas para os plantios de verão.
O período de parição se encaminha para o final na maioria das regiões. Em relação ao manejo reprodutivo, estão sendo realizadas as práticas de monta natural, inseminação artificial (IA) ou inseminação artificial em tempo fixo (IATF). No manejo sanitário, são realizadas as vacinas preventivas contra doenças, como brucelose, raiva herbívora e clostridioses. Também iniciam os manejos de controle do carrapato.
Há intensificação das vendas de reprodutores e novilhas para entoure, categorias que são mais valorizadas em comparação aos animais para recria e engorda, que seguem com preços baixos.
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