B3 sente pressão de baixa e milho recua nesta 5ªfeira
A quinta-feira (20) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 86,50 e R$ 94,77.
O vencimento novembro/22 foi cotado à R$ 86,50 com desvalorização de 0,92%, o janeiro/23 valeu R$ 91,50 com perda de 0,71%, o março/23 foi negociado por R$ 94,77 com queda de 0,66% e o maio/23 teve valor de R$ 93,77 com baixa de 0,28%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 seguiu a lógica do dólar, com a moeda norte-americana em queda reduzindo as cotações nos portos e dando pressão de baixa.
O analista ainda destaca que, problemas com chuva nas lavouras de trigo podem prejudicar a qualidade de trigo colhido no Brasil, impedir que esse grão vá para os moinhos e destine o volume para competir com o milho na ração.
“Aí vai ter que vender milho na exportação. Estamos vendo que muita gente está vindo para o mercado de milho, aproveitando o mês de outubro porque novembro vai ter muita pressão de venda, muito trigo chegando e vai ter uma disputa nesse último mês em que o setor de rações compra insumos antes de parar em dezembro”, pontua Brandalizze.
Já no mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou mais altas do que baixas neste penúltimo dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização apenas em Machado/MG. Já as valorizações apareceram em Londrina/PR, Palma Sola/SC, Amambai/MS, Cândido Mota/SP e Itapetininga/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta quinta-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “com o dólar e demanda externa firme, o milho mantém o patamar de R$ 85,50/sc no mercado físico de Campinas/SP”.
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho teve uma quinta-feira de cautela nos negócios. “Os produtores seguem reticentes em ofertar grandes volumes do cereal, diante da proximidade das eleições presidenciais no Brasil, o que deve manter o ritmo de comercialização bastante travado no cenário doméstico. A queda do dólar frente ao real pode limitar maiores movimentos de negócios na exportação”.
Segundo a Consultoria, os produtores ainda avaliam o risco eleitoral e não tem se posicionado no mercado de maneira contundente nesta semana, mantendo a fixação de oferta reduzida. “Da mesma maneira que o frete ainda é um complicador para o abastecimento no Rio Grande do Sul e Santa Catarina”.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) trabalho durante todo o pregão com os preços internacionais do milho futuro operando em campo positivo, após acumularem quatro dias de quedas consecutivas.
O vencimento dezembro/22 foi cotado à US$ 6,84 com valorização de 5,75 pontos, o março/23 valeu US$ 6,90 com elevação de 5,50 pontos, o maio/23 foi negociado por US$ 6,90 com alta de 5,00 pontos e o julho/23 teve valor de US$ 6,84 com ganho de 5,00 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última quarta-feira (19), de 0,88% para o dezembro/22, de 0,88% para o março/23, de 0,73% para o maio/23 e de 0,74% para o julho/23.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho estavam firmes, com coberturas vendidas e compras técnicas sustentando o mercado depois que os preços da comodity caíram perto do limite inferior das faixas de negociação recentes no início desta semana.
“A firmeza está sendo liderada pelas expectativas de maior demanda. O mercado está tentando precificar isso”, disse à Reuters Chicago Scott Harms, especialista em risco agrícola da Archer Financial Services.
A publicação ainda destaca que, um afrouxamento no índice do dólar e um aumento no petróleo bruto também deram algum suporte aos grãos.
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