TSE dá 48 horas para Defesa apresentar cópia de eventual auditoria das urnas

Publicado em 18/10/2022 11:42

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Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, deu prazo de 48 horas para o Ministério da Defesa prestar informações e apresentar, se houver, cópia do resultado de auditoria das urnas eletrônicas.

A decisão atendeu a pedido apresentado pela Rede Sustentabilidade e as Forças Armadas terão, a contar desta terça, dois dias para se manifestar. A medida envolve também o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), que terá cinco dias para apresentar sua defesa.

Na ação, a Rede citava o "fato grave" de tentar desacreditar o sistema eleitoral e que havia recorrentes ataques às urnas, inclusive com o uso das Forças Armadas na indevida função de "Poder Moderador".

Moraes citou no despacho informações de que haveria um relatório produzido pela Defesa --que foi uma das entidades fiscalizadoras das eleições-- e que teria sido entregue a Bolsonaro após o segundo turno.

Contudo, até o momento o conteúdo desse documento não foi tornado público. Em setembro, a Reuters confirmou com uma fonte do alto escalão do Exército que um relatório com a checagem por amostragem das urnas eletrônicas seria entregue ao TSE, mas a corte não recebeu nenhuma documentação dos militares.

"(...) As notícias de realização de auditoria das urnas pelas Forças Armadas, mediante entrega de relatório ao candidato à reeleição, parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo chefe do Executivo, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso de poder", disse o presidente do TSE.

Procurado, o Ministério da Defesa não respondeu de imediato a pedido de comentário sobre decisão de Moraes. Oficialmente, a pasta não havia informado anteriormente se haveria uma auditoria sobre as urnas.

Atrás na corrida à reeleição, segundo as pesquisas, Bolsonaro voltou, na segunda-feira, a levantar suspeitas sem provas sobre as urnas eletrônicas e disse que a análise sobre se houve fraude no primeiro turno das eleições está sendo feita pelas Forças Armadas, garantindo não interferir nesses trabalhos.

"No momento, como as Forças Armadas foram convidadas a integrar uma comissão de transparência eleitoral, esse trabalho está sendo feito pelas Forças Armadas, eu não dou palpite. As Forças Armadas têm uma equipe enorme no Comando de Defesa Cibernética que trabalha nessa questão", disse o presidente em entrevista à Super Rádio Tupi, do Rio de Janeiro.

Recentemente, indagado se recebeu o relatório das Forças Armadas sobre a eleição, Bolsonaro recusou-se a responder.

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Fonte:
Reuters

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