Reuters: Campanha de Bolsonaro diz que ataque a Lula em debate ajuda em reta final e deve garantir 2º turno
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - A campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) avaliou que a tática previamente acertada de atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no debate da TV Globo na noite de quinta-feira foi bem-sucedida e deve garantir a realização de um segundo turno, embora ele não tenha rivalizado diretamente com o petista quando teve a chance de fazer uma pergunta ao adversário.
Bolsonaro fez diversos insultos a Lula logo no primeiro bloco, mesmo não fazendo nenhuma pergunta direta ao petista, a três dias do primeiro turno da eleição, no domingo.
Na avaliação de uma fonte da campanha de Bolsonaro, o presidente explorou bem o tema da corrupção ao confrontar Lula quando houve uma série de direitos de resposta para ambos os lados, tendo como ponto alto quando o chamou de "traidor da pátria", entre outras acusações.
"Mentiroso, ex-presidiário, traidor da pátria!", disse o presidente ao petista.
Bolsonaro teve ajuda do candidato Padre Kelmon (PTB) na tarefa de questionar Lula em temas delicados como corrupção. Kelman é do mesmo partido do Roberto Jefferson, aliado de Bolsonaro. A medida levou o ex-presidente a perder a cabeça, avaliou a fonte da campanha de Bolsonaro.
Aliados e integrantes da campanha comemoraram nas redes sociais a ação do presidente. "Lula atacou um padre por ser chamado de ladrão! Meus amigos, o Lula odeia os cristãos", disse no Twitter o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos coordenadores da campanha do pai.
Quando Bolsonaro teve chance de fazer uma pergunta diretamente para Lula, ele optou por fugir do embate direto e escolheu Felipe D´Avila (Novo) para responder sobre consequências para a economia caso a esquerda volte ao poder.
Em entrevista ao Jornal da Globo após o debate, o presidente disse que gostaria de ter tido mais tempo para abordar outros assuntos, mas afirmou que ficou satisfeito por mostrar feitos do seu governo, como a defesa de pautas conservadoras.
"Gostaria que tivesse mais tempo para discutir propostas com mais profundidade, mas na medida do possível acho que eu consegui mostrar o que é o meu governo", afirmou.
Conforme a fonte da campanha, o debate ajudará Bolsonaro a não perder voto e tentar levar a disputa para o segundo turno, o que está mais próximo de ocorrer.
Outra fonte da campanha de Bolsonaro avaliou, na manhã desta sexta, que Lula não teve um bom desempenho por ter sido muito provocado e caído em armadilhas preparadas. Disse também que o candidato à reeleição começou muito usando o discurso de 2018 --focado em corrupção-- e depois entrou na gestão após o primeiro intervalo.
Para essa fonte, o segundo turno deverá estar garantido, apesar dos altos e baixos dos dois principais adversários no debate. Ele considera que o efeito prático é pequeno porque a audiência foi caindo e teve pouca repercussão --o debate encerrou na madrugada desta sexta.
Segundo pesquisa Datafolha de quinta, Lula soma 50% dos votos válidos, contra 36% de Bolsonaro. Na segunda-feira, pesquisa Ipec havia apontado Lula com 52% dos votos válidos, contra 34% de Bolsonaro. Para ganhar no primeiro turno o candidato precisa de mais da metade dos votos válidos.
0 comentário
Wall St fecha em alta com dados econômicos positivos dos EUA
Dólar cai ante real após China sinalizar mais estímulos econômicos
Ibovespa avança com suporte de Vale, mas Petrobras mina alta maior
Taxas de janeiro 2026 e janeiro 2027 têm alta firme em dia de avanço dos yields e fala de Campos Neto
Índice europeu STOXX 600 atinge recorde de fechamento com estímulo da China
Yellen diz que EUA está a caminho de pouso suave e juros cairão para nível neutro