FMI quer ampliar acesso à ajuda emergencial para o enfrentamento de choques de alimentos
Por Jorgelina do Rosario e Andrea Shalal
LONDRES/WASHINGTON (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional está procurando maneiras de fornecer financiamento de emergência a países que enfrentam choques de preços de alimentos induzidos pela guerra e discutirá medidas em uma reunião do conselho executivo nesta segunda-feira, disseram à Reuters fontes familiarizadas com o assunto.
O plano, que não foi divulgado anteriormente, será apresentado em uma sessão informal do conselho.
Isso permitirá que o FMI ajude a Ucrânia e outros países duramente atingidos pela guerra da Rússia sem impor as condições exigidas em um programa regular de fundos, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas, já que o assunto ainda está em análise. O tamanho e o alcance das medidas ainda não estão claros.
Uma votação formal apoiando a medida, que foi desenvolvida pela equipe do FMI nos últimos meses, é esperada antes das reuniões anuais do Fundo em outubro, disseram as fontes.
Se aprovado, aumentará temporariamente os limites de acesso existentes e permitirá que todos os países membros emprestem até 50% adicionais de sua cota do FMI sob o Instrumento de Financiamento Rápido do FMI e o Instrumento de Crédito Rápido que atende países de baixa renda, disseram as fontes.
Os preços dos alimentos subiram em todo o mundo após o início da guerra devido às rotas de abastecimento bloqueadas, sanções e outras restrições comerciais, embora um acordo mediado pela ONU que permitiu a retomada das exportações de grãos dos portos ucranianos no mês passado começou a ajudar a melhorar os fluxos comerciais e preços mais baixos nos últimos semanas.
Muitos países africanos e outras nações pobres que sofrem com escassez de alimentos e fome aguda clamaram por mais fundos, mas não ficou imediatamente claro quantos países buscarão a ajuda financeira adicional.
A guerra da Rússia contra a Ucrânia alterou os padrões globais de comércio, produção e consumo de commodities de forma a manter os preços em níveis historicamente altos até o final de 2024, informou o Banco Mundial em agosto.
Alimentos são o principal item nas cestas de inflação em muitos países em desenvolvimento, representando cerca de metade em países como Índia ou Paquistão e, em média, cerca de 40% em países de baixa renda, mostram dados do FMI.
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