Dólar cai 1,5% após dados fracos nos EUA renovarem esperança sobre Fed menos duro

Publicado em 23/08/2022 12:15

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O dólar operava em queda superior a 1% nesta terça-feira, caindo abruptamente logo após a divulgação de indicadores econômicos mais fracos nos Estados Unidos, que na leitura de investidores podem servir de argumento para o banco central dos Estados Unidos amenizar o tom duro nas comunicações sobre inflação e alta de juros.

Às 12:01 (de Brasília), o dólar à vista recuava 1,48%, a 5,0874 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,40%, a 5,0995 reais.

Lá fora, o índice do dólar afundou 0,85% na mínima do dia, contra queda de cerca de 0,2% imediatamente antes da divulgação dos números nos EUA. O euro chegou a superar a paridade, antes de volta a ficar abaixo de 1 dólar.

A atividade de negócios no setor privado dos EUA contraiu pelo segundo mês consecutivo em agosto, para o nível mais fraco em 18 meses, com particular piora no setor de serviços, à medida que a demanda enfraqueceu diante da inflação e das condições financeiras mais apertadas. [nL1N2ZZ0Z1]

O dado causou uma primeira pernada de baixa no dólar, que saiu de quase 5,13 reais para 5,1099 reais abruptamente. Na sequência, a cotação afundou mais até tocar 5,08125 reais, queda de 1,60%, depois de as vendas de moradias unifamiliares nos EUA ficarem aquém do esperado.

O lote de dados nos EUA veio poucos dias antes da aguardada fala do chair do banco central dos EUA, Jerome Powell, em Jackson Hole, evento no qual se espera que Powell emita sinalizações sobre a política monetária.

"Os dados estão indicando que Powell talvez vá nessa direção de desaceleração na alta de juros, menos alta de juros", disse Joaquim Kokudai, gestor na JPP Capital. "Estava todo mundo assustado com o que poderia vir de Jackson Hole, um discurso mais duro, mas agora podemos ter algum fôlego até lá", acrescentou. Powell falará no simpósio na sexta-feira.

O mercado está há tempos operando sob a batuta das sinalizações de política monetária de integrantes do banco central norte-americano, num cenário de ampla volatilidade.

Mais recentemente, falas de dirigentes do Fed vieram na linha mais dura, o que empurrou o dólar para cima no mundo, mas a perspectiva de uma desaceleração econômica tem estimulado apostas numa amenização de tom por parte do Fed --e os dados desta terça endossaram de forma explícita essa tese.

Na cena interna, o economista Victor Beyruti, da Guide, citou em nota matinal a entrevista do presidente e candidato à reeleição pelo PL, Jair Bolsonaro, ao Jornal Nacional, da TV Globo. "O assunto economia foi pouco tratado na entrevista, mas o atual presidente sinalizou que seguirá com a agenda de reformas em um eventual segundo mandato", disse o profissional.

A campanha do presidente viu como positiva a participação do candidato à reeleição na entrevista, sem ter cometido nenhum grande escorregão, disseram duas fontes da equipe na noite de segunda-feira. Bolsonaro afirmou ao JN que irá reconhecer o resultado das eleições de outubro "desde que sejam limpas e transparentes".

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Fonte:
Reuters

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