Soja BR: Preços encontram suporte nos prêmios ainda altos com baixas em Chicago e no dólar
Ao lado de novas baixas sendo registradas pelos futuros da soja na Bolsa de Chicago, os preços da oleaginosa formados no Brasil sentiram ainda a pressão do dólar frente ao real, que despencou mais de 1% nesta segunda-feira (8), com a divisa concluindo o dia quase batendo nos R$ 5,10.
Assim, como relatou o consultor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado de balcão registrou preços até R$ 1,00 por saca mais baixos em relação à última sexta-feira (5), com as referências no Rio Grande do Sul variando de R$ 173,00 a R$ 177,00, em demais partes do sul do Brasil de R$ 167,00 a R$ 177,00.
No mercado de lotes, os compradores pediam entre R$ 187,00 e R$ 188,00 por saca, com posição agosto/setembro, até R$ 190,00 para entrega setembro e pagamento outubro e, na operação com entrega agora e pagamento janeiro, R$ 195,00, contra R$ 198,00 do que se observa na última sexta.
"O mercado está dando uma acomodada por conta dessas chuvas que estão caindo e o pessoal tem que começar a limpar armazém pra não perder esse milho que está no tempo e uma parte dele vai para armazém, ou para um secador, uma parte para exportação. Então, tem que começar a liberar armazém para dar espaço, então agora é correria e quem perde é o produtor. Com muita oferta, o mercado acaba perdendo fôlego", explica Brandalizze.
O que ainda ajuda a equilibrar o mercado e os preços para a soja nacional são os prêmios, que seguem em patamares elevados, apesar de certa estabilidade. São valores na faixa de 250 a 255 cents de dólar sobre Chicago por bushel para setembro, o que ajuda a segurar as cotações, ao menos parcialmente.
BOLSA DE CHICAGO
Em Chicago, as perdas nos principais contratos foram de 8,50 a 9,25 pontos, levando o novembro a US$ 14,00 e o janeiro a US$ 14,07 por bushel.
a retomada dos negócios tem influência dos fundamentos - em especial o clima no Corn Belt e a falta de chuvas no oeste do cinturão ainda esperada para os próximos dias -, da geopolítica e do macroeconômico, porém, com um tempero a mais já que na sexta-feira, 12 de agosto, chega o novo reporte mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
As expectativas centrais do mercado estão, neste mês, sobre a possiblidade de redução no potencial produtivo, tanto da soja, quanto do milho. Assim, atenção ainda ao tamanho da safra e dos estoques finais americanos.
Ainda nesta segunda, o USDA trouxe novas vendas de soja e milho para China e demais destinos, ajudando no suporte às cotações da commodity.
CLIMA NOS EUA
Mais uma semana começa com chuvas concentradas mais a leste do Corn Belt e o oeste ainda causando preocupações.
"Os players analisam os modelos climáticos que continuam divergindo, entretanto, sem uma enorme diferença. O Modelo Europeu retirou grande parte das chuvas do Corn Belt, enquanto o americano mostra um clima bem mais seco para os próximos 10 dias. As previsões indicam que o Crop Progress (boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA) venha estável ou com uma redução de 1% nas condições boas/excelentes das lavouras de soja e milho. Poderemos ter novas surpresas", afirma o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
Os mapas atualizados nesta segunda pelo NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA,
mostram justamente estas condições nos períodos dos próximos cinco e sete dias.
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