B3 se apoia na demanda e milho sobe nesta 3ªfeira de olho em oportunidades na China
A terça-feira (02) chega ao final com os preços futuros do milho ganhando força ao longo do pregão e finalizando o dia com movimentações altistas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 85,65 e R$ 92,20.
O vencimento setembro/22 foi cotado à R$ 85,65 com elevação de 0,35%, o novembro/22 valeu R$ 87,81 com valorização de 0,61%, o janeiro/23 foi negociado por R$ 90,66 com alta de 0,59% e o março/23 teve valor de R$ 92,20 com ganho de 0,44%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a recuperada no folego do dólar é o principal fator que sustenta as altas nas cotações do milho no mercado brasileiro.
“O mercado é comprador nos portos para exportação. Essa crise entre China e Estados Unidos pode trazer benefícios para nós porque a China vai precisar importar muito milho e, como a safra da Ucrânia está bastante comprometida, a tendência dos compradores chineses é migrar para o mercado brasileiro”, pontua.
Outro fator elencado por Brandalizze é a demanda interna que também segue aquecida.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também registrou mais altos do que baixos neste segundo dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorização apenas em Londrina/PR. Já as valorizações apareceram nas praças de Ubiratã/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Rio do Sul/SC, Eldorado/MS e Oeste da Bahia.
Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “no mercado físico do milho, a semana iniciou com baixo volume de negócios o que fez com que a saca recuasse para próxima dos R$ 82,50 em Campinas/SP”.
Na visão da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho nesta terça-feira seguiu pressionado pela queda na Bolsa de Mercadorias de Chicago e pelo avanço da colheita da safrinha. Por outro lado, o dólar, outro formador de preço, opera em alta, o que pode auxiliar os negócios na exportação durante o dia.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, as quedas na Bolsa de Chicago e nos preços nos portos enfraqueceram o mercado de modo geral. Enquanto isso, a colheita da safrinha prossegue, e o mês todo será marcado por entrada de oferta nova em todas as regiões de produção e comercialização.
Mercado Externo
Já a Bolsa de Chicago (CBOT) operou durante toda a terça-feira no campo negativo para os preços internacionais do milho futuro.
O vencimento setembro/22 foi cotado à US$ 5,91 com desvalorização de 15,75 pontos, o dezembro/22 valeu US$ 5,94 com perda de 15,50 pontos, o março/23 foi negociado por US$ 6,01 com queda de 15,00 pontos e o maio/23 teve valor de US$ 6,06 com baixa de 14,50 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última segunda-feira (01), de 2,64% para o setembro/22, de 2,46% para o dezembro/22, de 2,44% para o março/23 e de 2,26% para o maio/23.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho caíram com uma melhora inesperada nas condições semanais das safras norte-americanas, além da retomada das exportações marítimas de grãos da Ucrânia amenizando as preocupações com a oferta global de grãos.
A Turquia espera que cerca de um navio de grãos deixe os portos ucranianos a cada dia, desde que um acordo que garanta a passagem segura seja válido, disse um alto funcionário turco depois que o primeiro navio de guerra partiu com segurança de Odesa na segunda-feira.
Mesmo assim, os comerciantes permaneceram cautelosos enquanto a guerra continuava. “Os fundos venderam posições apesar do fato de que o ritmo de atividade dos portos ucranianos obviamente não retornará aos níveis pré-conflito antes de muito tempo”, disse a consultoria Agritel.
Já do lado das lavouras dos Estados Unidos, o último relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostrou uma classificação se mantendo estável para o milho, contrariando as expectativas comerciais de rebaixamento.
“As condições das colheitas estão dominando o lado negativo dos grãos”, disse Terry Reilly, analista sênior da Futures International em Chicago.
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