Soja segue em queda na Bolsa de Chicago, pressionada pelo óleo e financeiro nesta 5ª
Os preços da soja caem quase 30 pontos - ou mais de 1,5% - no início da tarde desta quinta-feira (21) na Bolsa de Chicago, intensificando as perdas registradas mais cedo. Assim, perto de 12h25 (horário de Brasília), o contrato agosto vinha sendo cotado aUS$ 14,25 e o novembro a US$ 13,09 por bushel. Ainda no complexo, perdas de quase 3% no óleo e de quase 1% no farelo de soja.
Os traders seguem esperando por mais novidades, mas mantêm-se divididos entre fundamentos e o macrocenário, o qual ainda carrega muita incerteza, muita nebulosidade, mantendo a volatilidade acentuada e bastante presente entre as commodities. Por outro lado, as condições adversas de clima que se apresentam não só nos EUA, mas severamente em pontos da Europa e da Ásia com uma severa onda de calor, também estão no radar.
"Os traders estão preocupados com as perspectivas macroeconômicas. Hoje o Banco Central da Europa elevou sua taxa de juros em 0,5%, acima do esperado pelo mercado. É a primeira elevação em mais de uma década", explica o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
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No cenário climático, a atenção está sobre as chuvas que podem chegar ao Meio-Oeste americano nos próximos dias, ajudando a pressionar os futuros dos grãos na CBOT. "As indicações de chuvas para o sul do Corn Belt começam no dia 27, abrangendo Indiana, Ohio,
Illinois e sul do Missouri", explica Sousa.
Para a soja, o comportamento da demanda também está mais evidência nestes últimos dias, já que a China voltou à ponta compradora do mercado, tendo negociado pelo menos 13 barcos de soja americana nesta semana, focando os embarques janeiro e fevereiro. O movimento, porém, parece estar servindo "apenas" como um colchão para os preços neste momento, que continuam sentindo o peso da liquidação de posições entre as commodities por parte dos fundos.
E nesta quinta-feira, o mercado ainda recebeu dados fracos de vendas semanais para exportação pelos novo reporte do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
"A demanda continua muito fraca para todos os produtos, com exceção do trigo. A média móvel de quatro semanas das vendas de soja caiu para território negativo", explica o time da Agrinvest Commodities.
Na semana encerrada em 14 de julho, os EUA venderam 203,5 mil toneladas de soja 2021/22 - com a China como principal destino - e o volume ficou dentro das expectativas do mercado, as quais variavam entre o cancelamento de 200 mil e vendas de 200 mil toneladas. Assim, o país registra 59,597,6 milhões de toneladas da oleaginosa já comprometidas frente ao total estimado pelo USDA de 59,06 milhões para todo o ano comercial.
Foram vendidas também 254,7 mil toneladas de soja da safra nova, com a nação asiática também sendo a principal compradora. O mercado esperava algo entre 0 e 500 mil toneladas.
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