Açúcar: Logística impactada na Índia, demanda e financeiro fazem açúcar voltar aos 19 cents/lb em NY
Os contratos futuros do açúcar fecharam a sessão desta sexta-feira (08) com alta expressiva nas bolsas de Nova York e Londres. O dia foi de atenção para a logística impactada na Índia, demanda, informações do Brasil e financeiro.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York subiu 2,70%, ficando cotado a 19,02 cents/lb, com máxima de 19,15 cents/lb e mínima de 18,45 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato saltou 1,51%, a US$ 543,30 a tonelada.
Na semana, o principal vencimento no terminal norte-americano saltou 6,85%.
O mercado retomou no dia os 19 cents/lb, em máximas de cerca de um mês, seguindo os fatores dos últimos dias, mas principalmente a recente informação de que a logística na Índia, uma das maiores produtoras do adoçante, está impactada.
O país tem registrado as chuvas de monção, que dificultam o transporte de estoques das fábricas aos portos. Com isso, a Índia estendeu o prazo para exportação de açúcar.
"Este é um passo muito bom. Uma pequena quantidade ficou presa, mas será exportada antes do novo prazo", disse para a agência Reuters Aditya Jhunjhunwala, presidente da associação indiana de produtores ISMA (na sigla em inglês).
Além disso, a demanda dá suporte aos preços externos do adoçante. "Os preços ainda [estão] sustentados pela forte demanda física que ajudou a apertar a oferta global", destacou a agência de notícias.
No financeiro, o petróleo subia cerca de 2% nesta tarde e também dava suporte, em meio aos temores com a oferta apertada do óleo, inclusive com os preços deixando de lado, em parte, as preocupações com uma recessão econômica global, além do câmbio.
O avanço da safra 2022/23 do Centro-Sul do Brasil também está no radar em meio preocupações com a qualidade da safra, além da lentidão dos trabalhos de moagem ante os anos anteriores.
"Em geral, há uma qualidade de cana menor do que no mesmo momento do ano passado. Obviamente isso tem sido diferente em várias regiões e o que também chama a atenção é a produtividade até agora", disse Andy Duff, estrategista global de açúcar Rabobank.
MERCADO INTERNO
O mercado interno do açúcar oscila entre baixas e altas, mas o fator negativo do avanço da safra 2022/23 do Centro-Sul do Brasil prevalece. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, subiu 0,26%, negociado a R$ 126,78 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 154,37 a saca - estável, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 19,45 c/lb e alta de 2,92%.
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