Boi: Indústrias e pecuaristas fora dos negócios aguardando dados de mercado na virada para julho

Publicado em 30/06/2022 14:13

A quinta-feira, último dia do mês, foi de preços  sob manutenção e ambiente de baixa liquidez em  meio ao fraco volume de negócios. Esta  estabilidade ocorre diante de duas frentes. Em  primeiro, indústrias optam por se abster de novas  negociações e, evitar repiques de altas nos  indicadores referenciais de preços, sobretudo o  CEPEA, qual é utilizado como parâmetro para  precificação de gado confinado. Em segundo,  pecuaristas optam por aguardar a virada do mês,  haja visto que as escalas de abate devem continuar  apertadas na semana vindoura diante da fraca  disponibilidade de animais terminados, fator este  que pode trazer novos patamares de preços.

Na maior parte do país, a IHS Markit observou  que não há avanços na intenção de confinamento  para o segundo giro, mesmo com custos  apresentando estabilidade e a relação de troca de  boi gordo/bezerro em melhores patamares. 

Produtores que apontaram a intenção em efetuar o  segundo giro de confinamento adentram em um  cenário de risco alto, porém com retornos mais  significativos, haja visto que há prêmios  remuneradores entre R$ 5 a R$ 20 sobre os referenciais futuros de agosto, setembro e  outubro. Por outro lado, há regiões onde o  segundo giro de confinamento ocorre diante de  parcerias de confinadores com frigoríficos,  diluindo os custos e os riscos, e trazendo maior  segurança na operação. Observa-se que estas  condições são em sua maior parte concentradas na  região do Centro-Sul do país, sobretudo SP, MS e  GO. 

Este fator pode fundamentar limites a uma maior  intensidade nas altas observados nos preços  futuros da arroba do boi gordo negociados na B3.  Até o início do mês, a IHS Markit observava que  a possível menor oferta de gado disponível a partir  de meados do mês de agosto deveria inflacionar  significativamente, refletindo nas cotações futuras  para setembro e outubro, qual estavam em cerca  de R$ 339/@. Neste momento, observa-se um  recuo suave das cotações que giram entre R$ 333  e R$ 335, refletindo uma oferta não tão negativa  quanto a projetada no início de junho. 

Entretanto, o mês de julho que se inicia nesta  sexta-feira deve trazer repiques de altas, haja visto  que será o período de hiato na oferta de boiada  gorda. Os animais terminados a pasto já se  encontram exauridos do mercado, bem como os  lotes provindos do primeiro giro de confinamento  também deve ser cessado a partir da terceira  semana de julho. Assim, pode-se esperar novas  altas na arroba entre muitas das praças pecuárias  do país, porém, ainda sem fôlego para superar as  máximas observadas neste ano de 2022.

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Fonte:
IHS Markit

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