Professor da UFLA destaca barreiras fisiológicas que ainda existem no café e importância de manejo eficiente
A produção de café no Brasil passa por um momento de muita incerteza. Após dois anos de seca intensa e geada, muito tem se falado sobre os desafios dos produtores no campo. Neste sentido, a ICL promoveu nos últimos dois dias a 10ª edição do NutriExperts, evento voltado a consultores agronômicos de todo o País e da América do Sul.
Entre os principais setores produtores do país, diante do cenário atual o café também ganhou destaque no evento. O evento contou com a participação do professor José Donizeti Alves, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), com o tema "Vencendo as barreiras fisiológicas na produção de café".
Durante sua participação, o professor resgatou a história do café e levantou alguns pontos que ainda trazem dificuldade para o produtor. Entre os fatores que determinam o nível de produtividade, Donizeti ressaltou que o momento é de muita pressão para o cafeicultor, mas que com o manejo eficiente os problemas podem ser minimizados.
"Quando a pressão do ambiente é muito grande, a tendência do cafeeiro é de trabalhar "contra" o produtor e produzir pouco. Se o ambiente é bom, o pé de café vai responder e nesse cenário precisamos falar de clima e manejo. O produtor precisa ter a consciência de nem sempre o que é comum é normal e com isso usar as tecnologias eficientes para suporte", completou.
Com as condições atuais no parque cafeeiro, o especialista destacou a importância da participação efetiva de técnicos e engenheiros agrícolas para vencer as barreiras fisiológicas e com isso diminuir o máximo possível o potencial de perda.
"É preciso rever o passado para entender o presente e projetar o futuro. O café tem alguns problemas de "fabricação", de origem e alguns que não foram solucionados. Mas ainda assim é possível usar de tecnologia, manejo e bons produtos", complementa.
Muito tem se falado no mercado de café do tamanho da safra 22, que ainda é incerto e a colheita avança com passos mais lentos. Para o professor, uma produção que seja sustentável economicamente precisa ter no mínimo 25 sacas por hectares. "Se produzir menos que isso certamente não está tendo uma produção sustentável e para produzir mais do que isso, nessas condições, é preciso vencer as limitações também agronômicas", concluiu.
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