Milho recua até 2,3% nesta 2ªfeira com B3 seguindo dólar, Chicago e porto
A segunda-feira (27) chega ao final com os preços futuros do milho se mantendo no campo negativo na Bolsa Brasileira (B3) e acumulando mais um dia de flutuações negativas, ficando na faixa entre R$ 85,00 e R$ 93,00.
O vencimento julho/22 foi cotado à R$ 85,90 com perda de 1,77%, o setembro/22 valeu R$ 88,25 com desvalorização de 2,38%, o novembro/22 foi negociado por de R$ 90,90 com baixa de 1,84% e o janeiro/23 teve valor de R$ 93,61 com queda de 1,76%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 segue a lógica de dólar em queda ante ao real e portos brasileiros em queda seguindo Chicago.
“Automaticamente a B3 se alinha ao mercado de exportação, já que o que vai mandar nos preços é o que o milho vai conseguir no mercado de exportação. O valor do porto é que vai formar o valor interno porque a colheita está a todo o vapor e, em todos os locais que estamos vendo, as lavouras estão acima da expectativa dos produtores”, relata Brandalizze.
Pelos dados levantados pela Pátria AgroNegócios, 19,89% da segunda safra de milho brasileira havia sido colhida até a última sexta-feira (24), com adiantamento ante aos 15,15% da média histórica para o período. Já nos dados da AgRural a colheita já atingiu 20,3% do total contra os 5,3% do mesmo período da safra passada.
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Somente no Mato Grosso, a colheita já foi efetuada em 35,7% das lavouras semeadas, conforme aponta o levantamento do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária). Esse patamar fica à frente do registrado no mesmo período da safra passada, quando as atividades tinham sido concluídas em apenas 9,71% do total e também avançado em comparação à média dos últimos 5 anos, que é de 24,61%.
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No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho começou a semana com bastante volatilidade. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações em Pato Branco/PR, Tangará da Serra/MT, Campo Novo do Parecis/MT, Rio Verde/GO e Jataí/GO. Já as desvalorizações apareceram em Londrina/PR, Palma Sola/SC, São Gabriel do Oeste/MS, Amambai/MS, Cândido Mota/SP, Campinas/SP e Porto de Santos/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “com o mercado esperando uma maior oferta do milho nas próximas semanas, o cereal recua para próximo dos R$ 85,50 no mercado físico de Campinas/SP”.
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, influenciados pelo avanço da colheita da segunda safra, que tem sido beneficiada pelo clima seco na maior parte das regiões produtoras, e pela consequente pressão de compradores, os preços do milho voltaram a cair.
Em Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa fechou a R$ 85,65/saca de 60 quilos nessa sexta-feira, 24, recuo de 0,78% em relação à sexta anterior, 17.
“As desvalorizações mais significativas foram observadas nas regiões que avançaram mais com a colheita, como os estados de Mato Grosso e Paraná. A Conab indica que a colheita da segunda safra alcançou os 11% até o dia 18 de junho, avanço frente aos 4,9% da semana anterior”, relata o Cepea.
Mercado Externo
O primeiro dia da semana também foi negativo para os preços internacionais do milho futuro, que registravam movimentações baixistas na Bolsa de Chicago (CBOT).
O vencimento julho/22 foi cotado à US$ 7,44 com baixa de 6,00 pontos, o setembro/22 valeu US$ 6,61 com desvalorização de 21,50 pontos, o dezembro/22 foi negociado por de US$ 6,53 com queda de 21,00 pontos e o março/23 teve valor de US$ 6,59 com perda de 20,25 pontos.
Esses índices representaram desvalorizações, com relação do fechamento da última sexta-feira (24), de 1,20% para o julho/22, de 2,94% para o setembro/22, de 2,97% para o dezembro/22 e de 2,95% para o março/23.
Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros do milho em Chicago registraram quedas, com o milho cedendo após o fim de semana que viu um clima mais frio e úmido no Meio-Oeste dos Estados Unidos, boas condições para o desenvolvimento da safra.
“A perspectiva de um clima de safra mais favorável durante as próximas duas semanas aumenta a pressão”, destaca Mark Weinraub da Reuters Chicago.
O consultor e corretor de commodities, Al Kluis, também destaca o papel do clima para pressionar as cotações internacionais. “As chuvas do fim de semana foram melhores do que o esperado em partes dos EUA e deixaram o mercado de milho sob pressão. O tempo para os próximos 7 a 10 dias parece bastante seco, mas o calor extremo fica longe. Se virmos o aumento extremo de calor de volta ao Cinturão do Milho, provavelmente veremos os preços do milho e da soja subirem, mas por enquanto estamos apenas mais secos com a previsão de temperaturas sazonais”.
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