Soja: Semana deve ser marcada por pressão vinda do financeiro em Chicago; clima nos EUA permanece no radar

Publicado em 21/06/2022 11:16 e atualizado em 21/06/2022 12:11
Matheus Pereira
Dias poderão ser de baixas e pressão também para o mercado brasileiro da oleaginosa, apesar da força do dólar frente ao real. No milho, perdas são reflexo, nesta terça, das perdas acentuadas para o grão na Bolsa de Chicago, mas mantém tendência de alta.

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Soja: Semana deve ser marcada por pressão vinda do financeiro em Chicago; clima nos EUA permanece no radar

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As perdas entre os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago passam de 20 pontos entre as posições mais negociadas nesta terça-feira (21), com a retomada dos negócios depois do feriado nos EUA. Caem não só os preços da soja em grão, mas também do farelo, óleo, milho e trigo na CBOT. 

Segundo explica o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira, o movimento é reflexo de uma preocupação acentuada do mercado financeiro, em especial com a China, que volta a colocar milhões de pessoas em lockdown, comprometendo o consumo de uma série de produtos. 

"A China estava com todo um cronograma de reabertura tanto em Xangai, quanto em Pequim, agora volta aos lockdowns e desacelera o consumo, a produção industrial, a oferta de mão-de-obra - que é o principal ponto de atenção do mercado agrícola. Então, essa volta dos lockdowns coloca medo no mercado, já que pressupõe uma redução de demanda nestas próximas semanas", diz. 

Ainda assim, os traders se atentam também à necessidade que a nação asiática ainda tem de fazer algumas compras de soja, que seria de cerca de 18 milhões de toneladas até outubro e em como ela fará essas aquisições daqui em diante. 

O mercado especulava sobre a possibilidade de ser precificada a massa de ar quente de alta pressão, que coloca um padrão mais seco em quase todo o cinturão agrícola e que impede nova rodada de chuvas. E no atual momento, de reta final de plantio, traz alertas, porém, não tanta preocupação pelo estágio de desenvolvimento em que estão as plantas. 

No entanto, caso os atuais mapas climáticos se confirmem e tragam mais 40 dias de seca para os campos norte-americanos, o mercado poderá encontrar certo suporte nas condições de clima para o Corn Belt. 

MERCADO BRASILEIRO

Assim como para Chicago, na análise de Pereira, a semana pode ser de certa pressão para os preços também no mercado brasileiro, uma vez que o dólar permanece muito volátil e pode não ser suficiente para mitigar os impactos das baixas lá fora. Neste início de tarde de terça-feira, a moeda americana cedia mais de 1% para ser cotada a R$ 5,13. 

Assim, os negócios ainda são pontuais, inclusive nos negócios para a safra 2022/23. 

"Está atrasado o volume de vendas para 2023, estamos com 35% e a média em anos anteriores é de 45%, quando não estávamos encostando nos 50%. Nos últimos dois anos tivemos uma mudança de cenário para o produtor brasileiro, que avançou com menos agressividade nessas vendas futuras por conta da mudança de patamar que a soja sofreu entre 2019 e 2020, efeito da alavancagem do dólar e da demanda mundial concentrada por commodities, porém, faço um alerta: vamos colocar no chão, no final de 2022, a safra mais cara da história do Brasil", explica o diretor da Pátria. 

Assim, ele alerta ainda para a necessidade de boas estratégias para as vendas da safra nova diante dos elevados custos de produção, o que resultará em margens menores de rentabilidade para o produtor brasileiro, embora ainda adequadamente remuneradoras. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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