FAESP: novo aumento previsto da Selic cria dificuldades ainda maiores para os produtores rurais tomarem crédito

Publicado em 15/06/2022 09:03
Presidente da Federação, Fábio de Salles Meirelles, espera que o Plano Safra traga recursos suficientes para a subvenção das taxas cobradas do setor

O novo aumento da taxa Selic esperado para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa na terça-feira (14/06) e termina hoje, quarta-feira (15/06), vai dificultar ainda mais os financiamentos para o setor agropecuário. "Concordamos com a premência de combate à inflação, mas a alta das taxas de juros traz efeitos colaterais e prejudica as atividades que necessitam de crédito", afirma o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP), Fábio de Salles Meirelles. O presidente espera que o Plano Safra 2022/2023, traga recursos direcionados à subvenção para o crédito ao setor com juros adequados às necessidades dos produtores.

"Infelizmente, ficará cada vez mais difícil para os produtores suportarem o patamar de juros estipulados pelo mercado privado. A saída mais viável será recorrer às linhas de financiamento com taxas de juros controladas, mas, para isso, o Plano Safra precisa prever um volume considerável de recursos", acrescenta.

Meirelles acrescenta que os juros altos, apesar de desestimular o consumo, também podem contribuir com a inflação. "Com juros em patamares muito elevados, a oferta pode diminuir e os preços dos produtos aumentarem, prolongando o desencontro entre oferta e demanda, além de impactar o mercado de trabalho. A “população mais carente será a grande prejudicada", pois a produção de alimentos básicos será afetada.
De acordo com informações da Agência Brasil, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, disse que a pasta está negociando com o Ministério da Economia para que o Plano Safra 2022/2023 seja 22,4% maior do que o anterior.

Pelas estimativas apresentadas por Montes, o Mapa busca viabilizar o Plano Safra 2022/2023, que engloba o ano fiscal de junho de 2022 a junho de 2023, com pelo menos R$ 300 bilhões, sendo R$ 22 bilhões para equalização de taxa de juros.
 
Para o seguro rural, segundo o ministro, a meta é alcançar orçamento de R$ 2 bilhões em 2023. Com os recursos, o Governo Federal concede um auxílio financeiro ao produtor para a contratação da apólice, tornando-a mais acessível, por meio do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).

O seguro minimiza os prejuízos dos produtores em caso de perdas ocasionadas por eventos climáticos (estiagem, geada, granizo e outros), assim como a necessidade de renegociação de dívidas.

O seguro minimiza os prejuízos dos produtores em caso de perdas ocasionadas por eventos climáticos (estiagem, geada, granizo e outros), assim como a necessidade de renegociação de dívidas.

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Fonte:
FAESP

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