Soja: Semana tem alta de mais de 1% acumulada em Chicago, mas poucos negócios no BR com recuo do dólar
A semana termina, depois de muita intensidade e volatilidade, com a soja acumulando ganhos de mais de 1% entre os contratos mais negociados na Bolsa de Chicago. Em relação à ultima sexta-feira (20), o vencimento julho/22 fechou com US$ 17032 e o agosto com US$ 16,63 por bushel. Enquanto isso, no Brasil, um dos destaques foi o dólar, que encerra a semana abaixo dos R$ 4,80 e pesou sobre a formação das cotações no mercado nacional.
Ainda assim, as cotações seguem em patamares fortes e que remuneram o produtor de forma adequada, porém, com margens de rentabilidade um pouco mais contidas. "Temos um mercado brasileiro que sangrou muito nas últimas semanas puramente pela valorização do nosso real. A taxa cambial caminha para a terceira semana consecutiva de quedas, o que acaba sendo refletido diretamente nas ofertas disponíveis e futuras de soja", explica o diretor da Pátria Agronegócios.
Assim, os volumes de negócios se mostraram menores nestes últimos dias, entretanto, ao se observar as operações que acontecem em dólares por saca, melhoraram. Afinal, nestes parâmetros os preços, ainda como explica Pereira, registraram valorizações, acompanhando os futuros da soja ainda bastante firmes em Chicago nas posições mais curtas, de olho na demanda forte que volta a se apresentar, principalmente, pela soja dos Estados Unidos.
"Temos uma demanda internacional em reestruturação. A China que passou quase 60 dias em lockdown, com 50 milhões de pessoas colocadas em quarentena, dá sinais, desde a semana passada, de que irá iniciar seus planos de flexibilização, e o mercado volta a ter um ânimo sobre os chineses voltando a fazer grandes aquisições de soja", explica o executivo.
Mais do que isso, ele lembra ainda que não só houve um grande momento de apatia nas compras da oleaginosa dos EUA e do Brasil pela nação asiática, como também passou por duros momentos de margens negativas no processamento e amargou um cenário também muito ruim para a suinocultura local. "As margens na engorda do suíno voltaram a trazer patamares neutros - depois de terem trabalhado em campo negativo em quase todo 2022 - e o chinês se vê reestimulado a fazer aquisições, não só pelo fim do lockdown, mas também por uma cadeia de consumo que se mostra em patamares mais saudáveis no atual momento".
Ao lado da demanda, o outro foco do mercado global de soja é o caminhar da nova safra dos Estados Unidos. Depois da quebra histórica na América do Sul da temporada 2021/22, a espera por uma safra cheia e saudável do país é grande, porém, os atrasos já registrados durante o início do plantio preocuparam e as condições de clima para as próximas semanas mantêm as cotações voláteis em Chicago. No pregão desta sexta-feira (27), o mercado terminou o dia em campo misto, estável, de olho no cenário para o caminhar dos trabalhos de campo.
Os traders estão muito atentos aos relatórios semanais que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz, às segundas-feiras, com o progresso da semeadura, sinalizando o peso e influência que os dados poderão ter sobre os preços. De acordo com o último boletim, do dia 23 de maio, apenas um terço dos estados produtores de soja estão com o plantio atrasado.
"Então, justificar quebra de safra nos EUA por atraso no plantio foi mais difícil nesta semana. Mas, vale lembrar que somente metade da área de soja foi plantada, então, ainda tem muito chão pela frente. A situação mais crítica é no milho", explica Aaron Edwards, consultor de mercado da Roach Ag Marketing.
A semana também se encerra com o mercado da soja "em banho-maria" já que na segunda-feira é feriado nos EUA, em comemoração ao Memorial Day, e as bolsas não funcionam.
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